30 de julho a 03 de Agosto de 2007

Comércio Exterior

Resultados
Canadá quer dobrar seu intercâmbio com o Brasil
Südzucker investe em trading no país e mira aquisições
Braskem exporta 27% a mais no semestre

Exportação esquenta corrida por álcool-duto

Agronegócio

Vinícolas inauguram a produção de suco de uva no Vale do São Francisco
Gordos estoques no Rio Grande do Sul

Mercosul

Liderança do Brasil não existe, diz uruguaio
Um teste no Mercosul

OMC

Satisfação com vitória na briga do algodão
Liderança do Brasil na OMC ganha admiradores e críticos

Plano Internacional

Carne Argentina perde espaço no exterior
Cargill prepara a sucessão de seu presidente no Brasil
Petróleo vai a US$ 78,21 em NY, maior nível da história
Comércio exterior: China diz que 99% dos itens exportados são seguros

 




Comércio Exterior

a) Resultados

Analisando os resultados da balança comercial do mês de julho, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) se arrisca a fazer uma projeção para todo o ano de 2007, chegando à conclusão de que as exportações somarão US$ 154,1 bilhões, com aumento de 11,5% em relação a 2006, enquanto as importações atingirão US$ 115,3 bilhões, crescendo 24,5%. O saldo da balança comercial ficaria em US$ 38,8 bilhões no ano, com queda de 14,2%.

Essa projeção contrasta com os resultados obtidos nos sete primeiros meses do ano: aumento de 16,9% das exportações, de 27,9% das importações e uma redução de 4,8% do saldo da balança comercial.

Na realidade, é muito arriscado fazer uma projeção para os próximos cinco meses. A semana passada mostrou que a taxa cambial pode se alterar significativamente em razão de fatores externos, favorecendo as exportações, especialmente de produtos semi-manufaturados, que em julho apresentaram a maior queda (3,7% pela média diária) em relação ao mês anterior, e desfavorecendo as importações, que ainda aumentaram 5,3%.

b) Canadá quer dobrar seu intercâmbio com o Brasil

O Canadá considera o Brasil um parceiro econômico essencial e pretende dobrar o intercâmbio comercial entre os dois países até 2012. Essa foi a mensagem trazida pela chefe de Estado do Canadá, Michaëlle Jean, que encerrou sua visita ao país na semana passada. A governadora-geral afirmou que o desejo de consolidar as relações com o Brasil faz parte de uma estratégia do Canadá de estabelecer "uma parceria e ligações ainda mais sólidas com os outros países do continente americano".

"Temos consciência de que o Brasil investe muito no Canadá. Neste momento, o Brasil investe muito mais no nosso país do que o total investido pelo Canadá no Brasil. Nós queremos dobrar nosso investimento no Brasil até 2012", afirmou. Dentre os países das Américas do Sul e Central, o Brasil é o maior investidor no Canadá, e o crescimento desse investimento foi um dos mais elevados nos últimos quatro anos.

De acordo com a Câmara de Comércio Brasil-Canadá, em 2006, as exportações brasileiras ao país atingiram cerca de US$ 2,3 bilhões, enquanto as importações de produtos canadenses ficaram pouco abaixo de US$ 1,2 bilhão.

Em discurso à Câmara de Comércio Brasil-Canadá, ela citou os biocombustíveis: "O Brasil é um país pioneiro no uso do álcool como substituto do petróleo, e acompanhamos com interesse o trabalho que vocês fazem visando atingir um equilíbrio entre a pesquisa de novas fontes de energia e a necessidade de proteger os solos cultiváveis e a agricultura".

c) Südzucker investe em trading no país e mira aquisições

A gigante alemã Südzucker finalmente colocou seus pés no Brasil. A companhia, a maior produtora de açúcar do mundo, montou uma trading em São Paulo e seu próximo passo será a aquisição de usinas sucroalcooleiras para se tornar também uma das maiores do país. A estratégia do grupo como trading é abocanhar o espaço deixado pela União Européia no mercado internacional, por conta da mudança do seu regime açucareiro, que obrigou o bloco a diminuir drasticamente suas exportações depois de perder processo na Organização Mundial do Comércio (OMC) para o Brasil, Austrália e Tailândia.

Este é o primeiro investimento do conglomerado alemão fora da Europa, diz ao Valor Antonio Celso Sturion, CEO da Hottlet Sugar Trading, braço comercial da Südzucker. No país, a trading foi batizada de Hosa (Hottlet South America). Sturion atuou como trader na Stockler e Multigrain, antes de ser contratado pela gigante. A trading alemã vai centrar foco na exportação de açúcar branco, conta Sturion. A expectativa neste primeiro ano-safra é exportar cerca de 150 mil toneladas. A matriz exporta a partir da Europa cerca de 500 mil toneladas por ano. Os principais destinos são países do Oriente Médio e parte da África.

O Brasil é considerado um país estratégico para o grupo alemão. Primeiro, por ser o maior produtor e exportador de açúcar do mundo. Também por ter pouco espaço nas vendas mundiais de açúcar branco. Dos 19 milhões de toneladas que deverão embarcadas pelas usinas brasileiras nesta safra (2007/08), apenas um terço deste volume é de açúcar branco. Hoje, o prêmio para o tipo branco no mercado internacional é cerca de US$ 60 por tonelada a mais que o VHP (Very High Polarization), exportado em larga escala pelo país.

Com a saída da União Européia do mercado internacional, após perder em 2004 na OMC um processo movido pelo Brasil, Austrália e Tailândia contra a política de subsídios ao açúcar, o bloco europeu vai deixar um espaço de 3 milhões a 4 milhões de toneladas para que outros países exportem açúcar branco.

d) Braskem exporta 27% a mais no semestre

A Braskem, maior petroquímica do país, viu o volume de exportações à Argentina crescer 27% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado, principalmente nas vendas de polietilenos, usados na fabricação de embalagens e filmes flexíveis. A petroquímica, porém, informa que o aumento das vendas não está relacionado à crise energética enfrentada pelo país vizinho. "Essas taxas de crescimento já vinham antes da crise energética. O impacto [da crise] foi pequeno", diz o diretor de exportações de poliolefinas da Braskem, Walmir Soller.

Ele diz que a crise energética afetou a oferta local de resinas no início de julho, o que, segundo ele, levou os produtores a administrar os estoques e a reduzir as exportações para outros mercados, como Uruguai, Chile e Paraguai. "Sentimos um crescimento nas vendas destes países da ordem de 10%." Soller acha que os problemas também afetaram a indústria de transformação de produtos plásticos, reduzindo a demanda local por resinas.

O executivo conta que a Braskem já tinha planos para crescer as vendas antes da chegada da crise. No fim de 2005, a empresa decidiu abrir um escritório comercial, que começou a operar mais efetivamente no início deste ano, de forma a conquistar clientes argentinos. Antes, a empresa operava com representantes e distribuidores. Segundo Soller, as vendas da Braskem para a Argentina tiveram também o reforço das vendas efetuadas pela Politeno, empresa incorporada pela petroquímica no ano passado. O país vizinho é o destino principal das vendas externas de resinas da Braskem, respondendo por pelo menos 25% do volume vendido.

e) Exportação esquenta corrida por alcooldutos

A perspectiva de exportação de 12 bilhões de litros de etanol a partir de 2012 levou a Transpetro, a Copel e a União das Indústrias da Cana-de-Açúcar (Unica) a uma corrida para a elaboração de pelo menos cinco estudos para a construção de alcooldutos ligando o interior de São Paulo ou o Centro-Oeste brasileiro aos portos de São Sebastião (SP) e Paranaguá (PR).

Algumas das propostas de traçado coincidem, mas isso não levou nenhuma das partes até agora a uma mesa para a discussão de um projeto único. 'Não estamos falando com ninguém ainda, mas acho que isso é uma questão de tempo', diz o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Está nas mãos da Transpetro, empresa de logística da Petrobrás, a tarefa de desenvolver três corredores de exportação de etanol até o início da próxima década. O investimento da estatal para, pelo menos, dois projetos com mais de 1 mil quilômetros de extensão, está orçado em US$ 1,1 bilhão. O primeiro liga a cidade de Senador Canhedo (GO) ao Porto de São Sebastião (SP). O outro alcoolduto liga Cuiabá a Paranaguá.

Agronegócio

a) Vinícolas inauguram a produção de suco de uva no Vale do São Francisco

Maior região exportadora de uvas do país, o Vale do Rio São Francisco começa a transformar as frutas das parreiras em suco. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) está colhendo este mês a primeira safra das variedades de uva adaptadas ao clima semi-árido tropical destinadas à fabricação da bebida.

O suco surge como alternativa às vendas externas da uva de mesa, que variam ao sabor da flutuação do câmbio, e também do vinho, produto do Vale do Rio São Francisco que ainda busca maior aceitação dos consumidores. "Obter um suco de qualidade é muito mais fácil do que conseguir um vinho bom", explica Giuliano Elias Pereira, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho do Semi-Árido. Enquanto o suco envolve somente questões de coloração, aroma e gosto, o vinho abrange pontos como o tanino, substância da uva que dá adstringência à bebida.

Para desenvolver a produção de suco no Nordeste, a Embrapa está investindo cerca de R$ 600 mil. Ao todo, foram plantados em parceria com as vinícolas São Francisco e Garziera 10 hectares de três variedades de uva: Isabel Precoce, BRS Rubia e BRS Cora. Um ponto que conta a favor dos sucos é o crescimento do consumo. A comercialização da bebida cresceu cerca de 75% de 2000 a 2006 na maior região produtora do Brasil, o Rio Grande do Sul. Foram 38,6 milhões de litros no ano passado. Já a venda de vinhos subiu 5% no mesmo período.

b) Gordos estoques no Rio Grande do Sul

A greve dos fiscais federais agropecuários fez com que cerca de 1,8 mil toneladas de carne de aves, avaliadas em US$ 2,3 milhões, deixassem de ser exportadas por dia pelos frigoríficos instalados no Rio Grande do Sul. Segundo o secretário executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, a situação elevou os estoques das empresas, que já ameaçavam suspender abates.

Os estoques da Frangosul, que exporta cerca de 80% da produção, alcançaram ontem o equivalente a uma semana de vendas, disse o veterinário. Só em Montenegro, 2 mil toneladas de carne de frango ficaram armazenadas em 80 contêineres frigorificados. A situação da Frangosul não ficou pior porque na primeira paralisação dos fiscais, há três semanas, a empresa tratou de limpar os estoques, disse Franco.

No Paraná, a suspensão da greve foi particularmente comemorada pelo Sindicato das Indústrias dos Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), uma vez que o Estado é o maior produtor nacional de frango de corte e responde por 25,8% das exportações brasileiras.

Mercosul

a) Liderança do Brasil não existe, diz uruguaio

O Mercosul "não funciona" e a liderança brasileira na América do Sul não existe. O desabafo é do uruguaio Carlos Perez Del Castillo, ex-presidente do Conselho Geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) e candidato derrotado ao cargo de diretor geral da entidade. "O Mercosul vive um caos. Não estamos nem numa zona de livre comércio nem numa união aduaneira. A tarifa externa comum (TEC) é uma ficção e, para completar, Uruguai e Argentina estão em crise por causa das papeleiras. Se não bastasse, o Brasil adota uma postura de neutralidade. Se o País quer ser líder, precisa se envolver nos temas regionais", diz o uruguaio.

Castillo, que hoje atua como consultor e é o presidente do painel da OMC criado para investigar os subsídios proibidos à Airbus, foi derrotado pelo francês Pascal Lamy nas últimas eleições. Mas o que lhe causou surpresa foi o fato de o Brasil ter decidido lançar seu próprio candidato, o diplomata Luís Felipe de Seixas Correa, também derrotado. Em Montevidéu, a decisão do Itamaraty foi considerada uma traição e um dos fatores que impediram a vitória do uruguaio.

Dois anos após a derrota e depois de um longo período de silêncio, Castillo ataca a política comercial do governo brasileiro para a região. Segundo ele, "nos últimos anos, a integração do bloco deu passos para trás". "Para ser líder, um país precisa adotar posições altivas. E isso não tenho visto."

Uma de suas queixas se refere às "amarras" que prendem os pequenos países. "De um lado, a TEC não funciona. Mas, ao mesmo tempo, exige-se das economias menores que não busquem acordos de forma isolada para supostamente não minar a TEC."

b) Um teste no Mercosul

Apesar de o sistema de listas fechadas ter sido rejeitado na votação da reforma política na Câmara dos Deputados, o dispositivo poderá ser testado nas eleições de 2010 para escolha dos representantes brasileiros no Parlamento do Mercosul, o bloco econômico que reúne Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e deverá contar também com a Venezuela. No mesmo dia em que votarem nas eleições gerais — para presidente, deputados, senadores e governadores —, os eleitores deverão escolher pela primeira vez os representantes do país nesse colegiado internacional.

Há três semanas, o Congresso Nacional indicou os 18 atuais representantes do Brasil no Parlamento do Mercosul. São nove senadores e nove deputados federais, cuja distribuição pelos partidos levou em conta os tamanhos das bancadas. Esse é um grupo de transição, que terá mandato até a posse dos novos representantes, eleitos em 2010. As regras da eleição deverão ser discutidas a partir deste semestre, por um grupo de trabalho, e precisarão ser reunidas em um projeto de lei para aprovação até 2009, obedecendo ao prazo para mudanças em normas eleitorais, que é de 12 meses antes da votação.

O parlamentar também entende que deva ser adotado o modelo da União Européia, o bloco econômico europeu, pelo qual os candidatos não são lançados por partidos, mas por grupos de legendas com afinidade política. Assim, haveria candidatos de partidos conservadores, partidos liberais, partidos social-democratas e das demais tendências políticas.

OMC           

a) Satisfação com vitória na briga do algodão

O Brasil conseguiu uma "enorme vitória" contra os Estados Unidos depois da nova condenação aos subsídios concedidos por Washington ao algodão na Organização Mundial do Comércio (OMC). De acordo com o subsecretário de assuntos econômicos do Itamaraty, ministro Roberto Azevedo, o país recebeu com "satisfação" a decisão.

Mas, desta vez, o governo americano parece não ter ficado descontente. Isso porque a administração Bush procura utilizar a nova condenação para tentar convencer o Congresso do país a aceitar cortes maiores nas subvenções agrícolas concedidas.

O secretário de agricultura americano, Mike Johanns, insistiu que a nova lei agrícola para os próximos cinco anos, que os democratas querem aprovar, faz reformas apenas modestas e na verdade amplia subvenções vulneráveis à contestações na OMC.

Uma fonte americana confirmou que os juízes da OMC concluíram que Washington não alterou suficientemente os programas que causam "sérios prejuízos" a agricultores brasileiros. Como os pagamentos contracíclicos, que compensam os produtores por queda de preços, o "Marketing loan payments", programa usado para pagar cotonicultores antes da colheita, e o programa de liberação de crédito a exportação.

b) Liderança do Brasil na OMC ganha admiradores e críticos

O Brasil passou a fazer parte do grupo de países com poder de influenciar as negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas a nova realidade da diplomacia brasileira também modificou a forma como o governo atua nos bastidores das reuniões em Genebra e como é visto pelos demais países e até pela imprensa estrangeira. Se a diplomacia brasileira ganhou admiradores por ser ativa, também provocou um sentimento de suspeita, desconfiança, irritação e até temor entre vários governos, alguns até da América do Sul.

Durante décadas, as regras do comércio internacional eram praticamente decididas por americanos e europeus. O restante da comunidade internacional pouco conseguia influenciar, o que explica o "apartheid" em que foi mantida a agricultura por décadas. Mais recentemente, porém, os países emergentes conseguiram redesenhar a geometria das negociações. Os primeiros passos foram dados pelo Brasil no lançamento da Rodada Doha, em 2001, e com a decisão de lançar disputas contra os subsídios americanos e europeus, em 2002. Mas ganhou força com a criação do G-20 (grupo de países emergentes), em 2003. Desde então, o País é um ator constante nas negociações.

"O Brasil se tornou um dos líderes das negociações e atua de forma incisiva. De fato, sua liderança é vista por alguns até mesmo como sendo desproporcional à sua participação no comércio internacional", afirma o jornalista americano Daniel Pruzin, que há nove anos cobre a OMC e é presidente da Associação de Jornalistas Credenciados na ONU em Genebra. Hoje o Brasil não está nem entre os 20 maiores exportadores e representa apenas 1% do comércio internacional.

Plano Internacional

a) Carne Argentina perde espaço no exterior

Reconhecida pela liderança no mercado internacional de carne bovina, mantida até a década de 1980, a Argentina perdeu espaço para seus principais concorrentes no exterior, entre eles seus três sócios do Mercosul (Brasil, Uruguai e Paraguai), e enfrenta dificuldades para recuperá-lo. Não porque o país tenha perdido em qualidade, mas sim por uma "política de Estado". Para conter a alta dos preços no mercado local, o governo argentino decidiu reduzir as exportações, direcionando a produção para o consumo interno.

Mas, movidos pela expectativa de que a retomada externa aconteça, e com a demanda doméstica em recuperação, os grandes pecuaristas do país estão liderando uma importante transformação no segmento. Com elevados investimentos em tecnologia, eles conseguiram, a partir de um número menor de animais, aumentar em quase 30% a produção de carne nos últimos 15 anos, para as atuais 3,1 milhões de toneladas. O rebanho bovino baixou de 61 milhões de cabeças no fim dos anos 1970 para 56 milhões este ano.

A produção de carne, que havia caído fortemente em 2002 por causa da crise econômica, voltou a crescer até 2005, aproximando-se das 3,14 milhões de toneladas de 1978. Impulsionadas por um mercado favorável, as exportações avançaram 120% de 2002 a 2005.

b) Cargill prepara a sucessão de seu presidente no Brasil

A gigante americana Cargill está preparando a sucessão de seu principal executivo no Brasil. O Valor apurou que o atual presidente da companhia, Sérgio Barroso, deixará a companhia em 1º de outubro e passará o bastão para Sérgio Rial, que já é diretor da multinacional para a América Latina. Barroso, que trabalha há 34 anos na Cargill, vai se aposentar.

A mudança de cadeiras não se restringe somente à presidência. O grupo trouxe para o Brasil o executivo holandês Auke Vlas, que assumiu os negócios de açúcar e álcool da Cargill no Brasil há quase 60 dias. Francisco Vasselucci, que ocupava o cargo, deixou a empresa. Vlas, que trabalhava na Cargill nos Estados Unidos, chegou ao Brasil há mais de um ano e se estabeleceu com sua família em Ribeirão Preto (SP).

A cidade paulista não foi escolhida por acaso. A Cargill quer ampliar seus negócios na produção de açúcar e álcool e Ribeirão Preto é o principal pólo produtor de cana do país. Atualmente, a Cargill tem participação acionária em duas usinas sucroalcooleiras - Cevasa (63%), em São Paulo, e Itapagipe (43,75%), em Minas Gerais, mas quer ampliar os seus domínios neste setor.

c) Petróleo vai a US$ 78,21 em NY, maior nível da história

O preço do barril de petróleo bateu recorde ontem na Bolsa de Nova York, ao fechar o dia em US$ 78,21, alta de 1,8%. A maior cotação de fechamento até então era US$ 77,03, atingida em julho de 2006, no início da Guerra do Líbano.

No pregão de ontem, a commodity chegou a ser cotada a US$ 78,28, quantia poucos centavos inferior à do maior valor histórico atingido no decorrer de uma sessão da Bolsa americana -US$ 78,40. Em julho, o preço do barril subiu 10,65%.

Muitos analistas esperam que a cotação do petróleo continue subindo. Desde o começo do ano, o preço do barril aumentou 28%, mas não inibiu o forte aumento em seu consumo, puxado pelos crescimentos econômicos dos Estados Unidos e da Ásia.

Diferentemente do ano passado, a razão principal para o aumento não são tensões geopolíticas, apesar de elas ainda estarem presentes no Iraque, no Irã e na Venezuela. O motivo mais forte se deve a preocupações com a oferta.

d) Comércio exterior: China diz que 99% dos itens exportados são seguros

O governo chinês respondeu às criticas que os produtos do país vêm sofrendo no exterior. Segundo o ministro do Comércio, Bo Xilai, "mais de 99% dos produtos exportados são seguros e de qualidade". Novas reclamações surgiram depois que a americana Fisher-Price confirmou que irá recolher 1,5 milhão de brinquedos produzidos por um fornecedor do país asiático e que tinham quantidade excessiva de chumbo na tinta. O Brasil não será atingido pelo recall mundial, anunciou ontem a Fisher-Price. Segundo a empresa, produtos do lote com problemas não foram comercializados no país.

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