29 de novembro a 03 de dezembro de 2004


Nesta semana as importações bateram mais um recorde: US$ 6,082 bilhões. A quantia é 42,7% maior do que em novembro de 2003. Mais uma vez as importações cresceram mais do que as exportações. Apesar disso, o saldo da balança comercial continuou positivo em US$ 2,077 bilhões, o que pode ser explicado pelas compras natalinas e pelo aumento das vendas de bens de capital e de matérias-primas.

Brasil - Argentina

Nas exportações, é notável o crescimento para parceiros tradicionais como os EUA, 50% maior que no mesmo período de 2003 e também para a Argentina, 40,6% maior que no mesmo período do ano passado. O aumento das exportações para a Argentina gera preocupação neste país, que estabeleceu cotas e tarifas para os produtos brasileiros como geladeiras (70% do total das geladeiras consumidas na Argentina são brasileiras), lava-roupas, televisores e pode gerar no setor automotivo.

As salvaguardas argentinas criam impasses para as negociações no âmbito do Mercosul, gerando opiniões adversas no setor público e privado brasileiro. Enquanto o governo afirma insistentemente que vai aprofundar a integração entre o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, algumas entidades do setor se manifestam contrárias a isso caso a Argentina continue com as medidas de salvaguardas.

Mercosul - União Européia

Representantes dos dois blocos se reúnem no Rio de Janeiro para discutir propostas para a reabertura das negociações. O mercosul espera que haja mudanças na posição dos europeus devido à mudança no comando da Comissão Européia. Quanto aos temas, o Bloco dos países do Cone Sul vão reiterar a questão das cotas impostas pela Europa a alguns produtos brasileiros, principalmente commodities agrícolas.

Organização Mundial do Comércio

A OMC autorizou o Brasil, o Canadá, o México, a Índia, a União Européia, o Japão e a Coréia do Sul a retaliarem as exportações norte-americanas beneficiadas pela Emenda Byrd, considerada ilegal pela organização. Os três países americanos vão estudar juntos qual a melhor maneira de se aplicar as sanções aos EUA.

Outro tema de destaque foi a avaliação da política comercial brasileira pelos membros da OMC. Houve elogios à política brasileira, mas também algumas ressalvas, entre as quais a recomendação para reduzir tarifas de importação e o pedido de esclarecimento quanto à licitude dos financiamentos do BNDES às exportações. Os membros afirmaram que o país precisa abrir mais seu mercado, principalmente no setor de serviços, que precisa reduzir salvaguardas impostas e melhorar as regras e condições para os investimentos.

Mercosul

O Mercosul e a Coréia do Sul começam a negociar um acordo de preferências tarifárias a partir de 2005. Deve-se negociar a redução de tarifas e o tratamento especial em alguns setores, com destaque para os investimentos em serviços. Os sul-coreanos querem garantir acesso aos recursos naturais considerados abundantes nos países membros do Mercosul. Atualmente os investimentos da Coréia do Sul chegam a US$ 960 milhões, concentrados em grande parte no Brasil. Vieram ao Brasil o presidente do Paquistão e o Rei do Marrocos para tentar negociar preferências tarifárias entre esses países e o Mercosul.
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