27 de Fevereiro a 10 de Março 2005

OMC

a) UE acena com concessões em subsídios domésticos

A União Européia sinalizou esta semana que aceitaria propor cortes maiores nos subsídios agrícolas que mais distorcem o comércio internacional, desde que, em troca, parceiros comerciais como o Brasil e Estados Unidos também façam novas concessões.
Em encontro do G-6 (Estados Unidos, União Européia, Brasil, Índia, Austrália e Japão), em Paris, a UE indicou que poderia melhorar significativamente sua oferta inicial de corte de até 70% dos subsídios domésticos da ''caixa amarela''. Os europeus, agora, afirmam poder fazer redução de até 75%, desde que os EUA façam corte de 65%.
A proposta constitui na prática a consolidação, na Organização Mundial do Comércio, da reforma da Política Agrícola Comum (PAC).

b) EUA solicitam maior abertura no setor de serviços

Os Estados Unidos apresentaram suas reivindicações para negociações no setor de serviços, na Organização Mundial do Comércio. Os americanos participaram de 12, dos 19 requerimentos, na área de serviços, os quais devem ser apresentados este mês nas negociações da Rodada de Doha.
Nos grupos liderados pelo governo americano, os países pedem a abertura dos setores de telecomunicações, financeiro, informática, energia, construção, serviços de advocacia, engenharia, audiovisual e educação. Requisitam, outrossim, a retirada de restrições à prestação de serviços cross-border (quando o prestador de serviços está fora do país) e de restrições à participação de estrangeiros.

Comércio Exterior

            O saldo da balança comercial no mês de fevereiro chegou a US$ 2,822 bilhões positivos. O resultado é 1,6% maior do que fevereiro de 2005 e em comparação com janeiro de 2006, registra-se queda de 0,7%. O superávit comercial acumulado no primeiro bimestre de 2006 atingiu US$ 5,666 bilhões.

            Na primeira semana de março, a balança comercial registrou superávit de US$ 629 milhões. Com este resultado, a saldo acumulado do ano de 2006 chega a US$ 6,295 bilhões, com crescimento de 12,95% ante o mesmo período do ano passado. Neste período, as importações obtiveram um acréscimo de 16,2% e valor de US$ 13,149 bilhões. As exportações registraram US$ 19,444 bilhões, cifra 15,1% maior que o valor alcançado no ano de 2005.

            O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou, na primeira semana de março, que possui preocupação em relação aos ritmos das exportações e importações que o país vem alcançando. Segundo o MDIC, o fator de maior influência é a taxa de câmbio, que já causa uma diminuição do número de empresas que exportam. No ano de 2005, foram 17.657 empresas frente as 18.608 empresas em 2004.

            Outra declaração do MDIC feita no começo de março, foi a certeza de crescimento maior pelas importações do que pelas exportações. Um fenômeno observado por especialistas que já começa a acontecer, é a substituição de produtos nacionais por importações. Isso é dado pela comparação do crescimento das importações e a queda do investimento doméstico. Se por um lado o fato pode ser prejudicial para a indústria brasileira, por outro, há uma possibilidade de ganho de produtividade, ressaltam outros analistas.

            O governo russo declarou que não há possibilidade de acabar com o embargo à carne bovina e suína brasileiras antes de meados de junho. Em sua declaração na primeira semana de março, foi reiterado que não há possibilidade de suspensão do embargo antes do prazo segundo padrão veterinário internacional, de seis meses. Porém, mesmo com as travas no mercado internacional, as exportações do setor registraram US$ 559,5 milhões em fevereiro, alta de 6,1% sobre fevereiro do ano passado.

Brasil – Argentina
            O governo brasileiro recuo e admitiu que o acordo automotivo provisório entre os dois países deixasse de possuir uma data para o livre comércio. Com esta decisão, os negociadores estabeleceram a data de 30 de junho para a discussão sobre o acordo de comércio compensado no setor automotivo.

Alca
            Os Estados Unidos da América e a Colômbia fecharam um acordo de livre comércio no período de Carnaval. Com este tratado, a situação fica mais próxima a uma Área de Livre Comércio das Américas sem a participação da Venezuela e Mercosul. A Colômbia aceitou grande abertura de mercado para fechar a negociação. Tarifas foram reduzidas à zero para produtos industriais e agrícolas e o país concordou em submeter disputas com investidores estrangeiros a um tribunal internacional de arbitragem. Na outra mão, os Estados Unidos oferecerá tarifa zero para todas suas importações industriais colombianas.

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