As propostas que foram apresentadas na reunião entre Ministros do Brasil, dos EUA, da UE e da Índia, sexta-feira em Paris, demonstraram a falta de consenso entre os dois gigantes do comércio mundial. A União Européia aceitaria reduzir suas tarifas agrícolas em até 36,4%, em média, se pudesse manter barreiras elevadas para a entrada de 238 produtos considerados "sensíveis”. Seus representantes indicaram, também, que "podem aceitar" um teto de 100% para as tarifas agrícolas nos países industrializados e de 150% nas nações em desenvolvimento, conforme proposta do G-20.
Bruxelas admitiria, ainda, uma redução, de sua lista de mercadorias sensíveis, de 238 para 153 produtos. Mas nesse caso só aceitaria redução tarifária média de 24,5%.
Entrementes, a proposta apresentada pelos Estados Unidos defende cortes mais ambiciosos, entre 45% e 90%, dependendo do tamanho da alíquota em vigor.
Outra rodada de reuniões está marcada para os 10 a 13 de outubro, na Suíça.
b) Subsídios europeus
A União Européia vai manter seu plano de reduzir os subsídios para o açúcar produzido na região, apesar das reclamações dos produtores dos mercados emergentes, principalmente com relação ao alcance das propostas apresentadas.
O bloco pretende reduzir, em 2006, os preços do açúcar em até 39%, a fim de impedir o excesso de produção e cumprir as normas da Organização Mundial do Comércio.
Brasil – China
Embora o clima das reuniões entre o Ministro da Industria e Comércio e representantes chineses tenha sido de cordialidade, ambas as partes mantiveram-se firmes em suas posições.
O ministro brasileiro ressaltou às autoridades chinesas que a regulamentação das salvaguardas específicas para a China será realizada proximamente, independentemente do resultado da reunião. O uso efetivo das medidas dependerá do resultado dos encontros.
Adiantou, ainda, que deverá ser criada uma comissão bilateral de monitoramento, a qual deverá se reunir periodicamente para analisar desvios de comércio.
Comércio Exterior
A balança comercial acumula no ano, até o dia 25 de setembro, superávit de US$ 31,889 bilhões. No período, as exportações somam US$ 84,424 bilhões e as importações, US$ 52,535 bilhões.
Na primeira semana de setembro, o saldo positivo foi de US$ 527 milhões, na segunda, de US$ 854 milhões. Na terceira semana, o superávit foi de US$ 1,302 bilhão e, na quarta, de US$ 858 milhões.