23 a 27 de julho de 2007

Comércio Exterior

Resultados
Exportações devem chegar a US$ 158 bi neste ano, diz Funcex
Etanol impulsiona exportações do setor

Agronegócio

Preço sobe, e plantio de soja beira recorde
Agronegócio registra bom desempenho

Mercosul

Brasil e Uruguai fecham acordo
Disputa interna no Mercosul

OMC

OMC ignora etanol em lista ambiental e irrita Itamaraty
Proposta industrial enfraquecida provoca confrontos na OMC
Brasil pede ação da OMC contra subsídios no setor
China está disposta a barganhar com emergentes na OMC

Plano Internacional

Estados Unidos e UE entram na briga da PET
"Not Made in China" vira marketing de alimentos
Crise imobiliária dos EUA derruba bolsas mundiais

 




Comércio Exterior

a) Resultados

O saldo da balança comercial acumulado do ano está menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Até a terceira semana de julho, o superávit é de US$ 23,019 bilhões, uma queda de 2% em relação ao mesmo período do ano passado (US$ 23,488 bilhões). Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Apesar disso, o volume de compras e vendas está maior. No período, as exportações totalizam US$ 82,859 bilhões, valor 16,8% superior se comparado ao registrado entre janeiro e a terceira semana de julho no ano passado. Já as importações crescem em um ritmo mais forte ainda, 26%, e somam US$ 59,840 bilhões.

A terceira semana de julho (dias 16 a 22) teve superávit de US$ 651 milhões, com exportações de US$ 3,322 bilhões e importações de US$ 2,671 bilhões. Já no acumulado do mês, o saldo está positivo em US$ 2,357 bilhões. As vendas no período somam US$ 9,644 bilhões e as compras de produtos importados, US$ 7,287 bilhões.

b) Exportações devem chegar a US$ 158 bi neste ano, diz Funcex

Apesar da sobrevalorização do câmbio e da reclamação dos empresários, as exportações devem fechar este ano em US$ 158 bilhões, 15% a mais do que em 2006. Já as importações devem atingir US$ 114 bilhões, 25% acima do número registrado em 2006. O saldo da balança comercial deverá somar US$ 44 bilhões, o que significa uma queda de US$ 2 bilhões em relação aos US$ 46 bilhões do ano passado.

Uma das principais conclusões, ao analisar o boletim da Funcex, é que, ao contrário do ano passado, as quantidades exportadas (o quantum) estão crescendo em um ritmo mais acelerado do que os preços. Em 2006, os preços dos exportados subiram 9,4%, e, o quantum, 6%. Já neste ano, o quantum cresce a 10%, e os preços, 9,2%. O destaque continua com os produtos básicos. O quantum desses produtos se expandiu em 20,4%. Já o dos semi-manufaturados, 5,1%, e dos manufaturados, 6,4%. Os preços crescem a um ritmo inferior. O mesmo acontece com as importações. O valor cresceu nos primeiros seis meses deste ano 26,6%, mas principalmente em razão do volume físico. O quantum das importações cresceu 22,8%, enquanto o preço, apenas 3,3%.

O economista Fernando Ribeiro, da Funcex, diz que esse crescimento baixo do preço médio das importações se deve principalmente à estabilidade do valor do petróleo, que, por curiosidade, também tem provocado o mesmo efeito nas exportações. O petróleo tem um peso importante tanto nas exportações quanto nas importações do país.

c) Etanol impulsiona exportações do setor

A febre do etanol continuará a beneficiar as exportações brasileiras do agronegócio em 2007 já que segue em alta a demanda internacional por milho e soja brasileiros em razão da maior utilização desses grãos na produção de biocombustíveis nos Estados Unidos. Assim, mesmo com a forte valorização do real sobre o dólar, a elevação dos preços médios dos produtos do setor deve levar os exportadores brasileiros a bater novamente o recorde de vendas, avaliou ontem a Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA).

As exportações totais do agronegócio devem somar US$ 57 bilhões em 2007, segundo a CNA. Isso significaria desempenho 15,4% superior aos US$ 49,4 bilhões de 2006. Se confirmadas as projeções, o saldo positivo da balança comercial chegaria a US$ 49 bilhões neste ano - ou 14,75% acima dos US$ 42,7 bilhões de 2006. "O agronegócio segue afetado pelo câmbio, mas os preços médios dos nossos principais produtos subiram bastante neste ano", analisa Antônio Donizeti Beraldo, especialista em Comércio Exterior da CNA. No complexo soja, os exportadores ganharam 17% a mais neste primeiro semestre do que no mesmo período de 2006. Nas carnes, foram 10% - com destaque para o frango (18%). E no milho, o preço subiu 38%. Na contramão, o açúcar teve queda de 11% no período.

Em suas projeções, a CNA avalia que as vendas do complexo soja devem atingir US$ 12 bilhões em 2007. Assim, os produtos de soja devem manter a liderança no ranking das exportações do setor, iniciada em 1997. O complexo carnes deve embarcar US$ 10 bilhões. E o setor sucroalcooleiro deve trazer US$ 6 bilhões. As importações do setor devem subir de US$ 6,7 bilhões para US$ 8 bilhões.

Agronegócio

a) Preço sobe, e plantio de soja beira recorde

A cana-de-açúcar, a cultura agrícola que mais atrai a atenção no momento no Brasil, volta a ter um concorrente de peso nos próximos anos: a soja. Após três anos de dificuldades, os produtores da oleaginosa voltam a ampliar a área, que encosta no recorde da safra 2004/2005, quando o país semeou 23,3 milhões de hectares.

O plantio de soja volta a crescer porque os preços internacionais atuais garantem novo patamar de rentabilidade aos produtores. Os preços praticados na Bolsa de Chicago para o próximo ano são o sexto maior da história da soja.
Na avaliação de analistas, esse é um retorno firme e está assegurado por pelo menos quatro anos. Por ora, não haverá a incorporação de áreas novas na produção, mas um reaproveitamento dos espaços abandonados durante a recente crise.

O volume a ser produzido será conseqüência dessa retomada de áreas abandonadas e do desempenho do clima. Juntos, esses dois fatores podem levar o país a uma safra recorde de 63,3 milhões de toneladas no próximo ano.
É o que mostra a primeira avaliação da safra 2007/2008 feita pela Agência Rural, de Curitiba (PR). Na avaliação do diretor da empresa, Fernando Muraro, a área plantada com soja cresce para 22,8 milhões de hectares, um percentual 7% superior ao do ano passado.

b) Agronegócio registra bom desempenho

O desempenho do agronegócio brasileiro nos quatro primeiros meses deste ano ficou positivo pela primeira vez desde 2005. O Produto Interno Bruto (PIB) do setor registrou aumento de 1,29%, impulsionado principalmente por três fatores: valorização externa dos preços de algumas commodities, ganho de produção e clima favorável. O suspiro de prosperidade contrasta com um passado recente bastante ruim. Em 2006, o acumulado do quadrimestre acusou - 0,69%. Há dois anos, ficou em - 0,02%.

De acordo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que divulgou os resultados ontem, a agricultura e a pecuária - analisadas de forma isolada - também avançaram. A entidade alertou, no entanto, para o aumento dos preços dos insumos. Ricardo Cotta, superintendente técnico da entidade, disse que uma parte do ganho que poderia ir para o bolso do produtor vai para a aquisição de matéria-prima. "Os números não mentem, mas enganam. O produtor precisa vender mais milho, soja e feijão para comprar a mesma quantidade de insumos que comprava em 2006", resumiu.

Outro impeditivo para o aumento da renda do homem do campo é o câmbio. A valorização do real frente à moeda americana está impedindo, por exemplo, que o país se beneficie integralmente da forte demanda mundial por milho. Segundo a CNA, apesar do esperado recorde nos embarques do cereal (7,5 milhões de toneladas), nem tudo será traduzido em lucro justamente porque o preço em dólar, quando convertido em real, não consegue fazer frente aos elevados custos de produção.

Mercosul

a) Brasil e Uruguai fecham acordo

Uruguai e Brasil fecharam um acordo automotivo para equilibrar o comércio do setor entre os dois países, anunciou ontem o vice-ministro da Indústria e Energia uruguaio, Martín Ponce de León. A proposta prevê aumento dos volumes que podem entrar sem tarifas no Brasil. Ele citou o exemplo dos caminhões, cuja entrada passou de 800 a 2 mil por ano. O acordo também prevê cotas de ingresso no Brasil de 2 mil blindados uruguaios por ano, assim como veículos utilitários. O acordo vai vigorar até 1º de julho de 2008, quando se espera que os países do Mercosul terminem de negociar uma política automotiva comum — um processo que começou este mês.

b) Disputa interna no Mercosul

Paraguai e Uruguai não querem ficar 'nas mãos' da Argentina e Brasil e vão pressionar por condições mais favoráveis para poder importar de parceiros comerciais fora do Mercosul.

Nas próximas semanas, os países do bloco vão aproveitar a pausa de um mês nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) em busca de um consenso para abrir o mercado do bloco de forma coordenada.

A OMC tenta encontrar um consenso entre os países para uma abertura dos mercados no setor de bens industrializados. Mas, pelas regras da entidade, os países poderão designar áreas que terão tratamento especial e não precisarão passar pelos mesmos choques liberalizantes que outros.

Por ser uma união aduaneira, o Mercosul tem uma tarifa externa comum válida para os quatro países e, portanto, os setores tidos como 'sensíveis' terão de ser harmonizados.

OMC           

a) OMC ignora etanol em lista ambiental e irrita Itamaraty

Os mediadores das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) acreditam que o etanol não pode ser considerado um 'bem ambiental' e, portanto, não deve ser incluído numa lista de produtos que poderão circular sem impostos de importação. Um dos pontos centrais da 'diplomacia do etanol' do governo brasileiro é a de conseguir que o tema entre na agenda da OMC. Os comentários dos mediadores irritaram o Itamaraty. 'Não há sentido em continuar falando sobre bens ambientais se não incluirmos os biocombustíveis', afirmou o embaixador do Brasil na OMC, Clodoaldo Hugueney.

A lista vem sendo negociada há meses. Mas por recusa dos países ricos o etanol até agora não foi incluído. Estados Unidos, Japão e Europa elaboraram uma lista de produtos industrializados que se beneficiariam de isenção total de tarifas. A lista tem bicicletas, veleiros e até CD-ROM, produto que na avaliação dos japoneses evitaria o uso de papel e, assim, reduziria o desmatamento.

Para os mediadores das negociações, a lista não deve incluir o etanol. O problema é que, nas negociações agrícolas, países podem identificar produtos que querem manter sob proteção de tarifas. O etanol, assim como o açúcar, entrariam na lista de bens protegidos para a maioria dos governos de países desenvolvidos.

b) Proposta industrial enfraquecida provoca confrontos na OMC

A nova proposta para produtos industriais na Organização Mundial do Comércio (OMC) sairá já enfraquecida hoje na primeira avaliação a ser feita pelos 151 países membros. Ela será fortemente atacada pelo Brasil e a grande parte dos países em desenvolvimento. Mas Argentina e Venezuela planejam ir além. "Vamos bloquear, se necessário sozinhos, para não legitimar esse texto como base de negociação a partir de setembro", avisou o embaixador da Venezuela, Oscar Carvalho. "Não sei quem pode pensar que esse texto vai sobreviver", acrescentou o embaixador da Argentina, Alberto Dumont.

A proposta que estará hoje no centro do bombardeio recebeu o apoio do diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, e prevê corte tarifário entre 55% a 62% para emergentes, tarifa média abaixo de 3% para as nações ricas, além de flexibilidades para outros países.

No total, 27 países em desenvolvimento terão suas tarifas submetidas a cortes tarifários na Rodada Doha. E o racha é profundo entre eles. De outro lado, o grupo formado por Chile, México, Colômbia e outros cinco países, que teve sua proposta aceita pelo mediador - e que está sendo bombardeada - procura se desmarcar dos industrializados, depois que a UE deixou claro que quer se apoiar no grupo para arrancar mais redução tarifária do Brasil e outros.
Também o Uruguai negou ter participado da articulação da UE por cortes tarifários mais amplos. "Não sei do que vocês estão falando", disse o embaixador Guillermo Vallez, enquanto outro negociador garantia que um uruguaio estava na reunião com os europeus.

O embaixador venezuelano, Oscar Carvalho, convocou entrevista para avisar que seu país "não venderá barato nosso espaço de políticas públicas". Ilustrando o descompasso, a Venezuela denunciou que o texto propõe coeficiente 20, que resulta em corte de 60% nas tarifas industriais de emergentes. Mas que, de outro lado, o Canadá terá corte de apenas 43% e os Estados Unidos ainda menos, de 36,5%. "Nunca aceitaremos esse contraste na negociação. Aqui é para negociar espaço para políticas públicas, não fluxo de comércio."

c) Brasil pede ação da OMC contra subsídios no setor

O Brasil se envolveu ontem na gigantesca disputa entre Airbus e Boeing, para proteger os interesses da Embraer, pedindo para a Organização Mundial do Comércio (OMC) condenar os ''perniciosos subsídios'' dados pelos países ricos para o desenvolvimento de novas aeronaves. Para o Brasil, sem ajuda governamental certas aeronaves não teriam sido desenvolvidas e vendidas, ou então teriam sido construídas e negociadas a um preço muito mais alto, alvejando ontem a Airbus. Mas a Boeing também não será poupada, quando será sua vez em outra disputa aberta pela União Européia contra o produtor americano.

A delegação brasileira insistiu diante dos juízes da OMC que a ajuda para lançamento de aeronaves não é condição necessária para participar do mercado, ilustrando que o design e construção de seu Embraer 170/190 com quatro modelos de 70 a 118 assentos, não recebeu subsídios do governo, e foi financiado com captação na bolsa, lucros e participação de riscos por parceiros. A Embraer sente o peso da concorrência de Airbus e Boeing com sua nova família de aviões, e tem todo interesse que os dois construtores sejam condenados.

Quem está no banco de acusações esta semana é o Airbus. Em março, na primeira audiência com os juízes, os EUA tinham argumentando que a ajuda para lançar aparelhos da Airbus teria sido acima de US$ 100 bilhões. Ontem, os europeus correram para acusar publicamente os EUA de trazer agora mais argumentos ''absurdos'' de que Airbus teria se beneficiado de subsídios na verdade de US$ 205 bilhões.

d) China está disposta a barganhar com emergentes na OMC

A China pavimenta o terreno para barganhas com o Brasil e outros países emergentes na próxima fase das negociações agrícola e industrial, na Organização Mundial do Comércio (OMC), em setembro. Reconhecido como principal ganhador se as tarifas industriais caírem globalmente, a China apoiou ontem explicitamente o Brasil contra a proposta de altos cortes de alíquotas nos países em desenvolvimento.

Ao apoiar os protecionistas na área industrial, os chineses esperam que o Brasil ajude a acomodar suas posições mais defensivas na negociação agrícola, que inclui mecanismo para facilitar frear súbito aumento de importações. A proposta moribunda do mediador industrial na OMC é para os 31 países em desenvolvimento que serão afetados cortarem tarifas industriais entre 55% e 62%. A China acha que os emergentes precisam ter mais espaço para acomodar seus objetivos de desenvolvimento e os países ricos devem cortar mais do que o mediador sugeriu.

Na quarta-feira, em reunião com a União Européia (UE), os chineses deram a impressão aos europeus de que estavam absolutamente satisfeitos com o texto industrial. A única decepção para os europeus foi que a China dá menos importância a acordos setoriais e nem quer falar em acordo envolvendo o setor químico. Em todo caso, o apoio público chinês ao Brasil, ontem, ocorre num cenário que, para certos negociadores, repete Cancún e Potsdam, com acordo entre americanos e europeus e tentativa de dividir os emergentes.

Plano Internacional

a) Estados Unidos e UE entram na briga da PET

Os Estados Unidos e a União Européia entraram na briga aberta pela Argentina contra o Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre resina PET. A disputa envolve duas multinacionais: a Eastman, dos Estados Unidos, que investiu na Argentina através de sua subsidiária Voridian, e a italiana M&G que investiu no Brasil. A OMC aprovou a instalação de painel (comitê de investigação) para examinar a denúncia de Buenos Aires de que o Brasil violou as regras ao fazer investigação incorreta para impor anti-dumping.

A investigação do Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), concluiu pelo dumping: enquanto o valor normal da resina de PET argentina era US$ 1.287 por tonelada, o preço de exportação caía para US$ 646,76. Foi imposto "direito antidumping" variando de US$ 345,09 a US$ 641,01 sobre o produto argentino. A Eastman não se conforma com a perda do mercado brasileiro.

Também Taiwan e Japão participarão como terceira partes com interesses no confronto. A disputa deve demorar pelo menos 16 meses, e reflete a ausência de regras comuns sobre a prática de dumping no bloco do cone sul.

b) "Not Made in China" vira marketing de alimentos

Quando animais de estimação começaram a morrer a partir de março, dezenas de produtos foram recolhidos porque poderiam conter melamima da China, um produto químico. A Freshpet descartou seu único ingrediente importado, um composto protéico da Europa, e rapidamente intensificou seu marketing. A companhia imprimiu grandes adesivos para os varejistas colocarem nos refrigeradores onde seus produtos são exibidos à clientela, sublinhando que o alimento é produzido diariamente com ingredientes frescos de origem local.

Neste ano, a DSM Nutritional Products, produtora suíça de ingredientes alimentícios lançou uma vitamina C diferenciada. A aposta mercadológica: sua origem é a controlada Escócia, e não a vasta China, que provê 80% da oferta mundial. Mas, foi uma aposta difícil de ganhar. "Tivemos dificuldades para impor o preço que julgávamos justificado pela qualidade", diz Alex Filz, diretor de comunicações da DSM. As dificuldades acabaram. E terminaram depois que produtos contaminados da China chegaram às gôndolas de supermercados. De repente, o "Not Made in China" (não produzido na China) tornou-se um importante fator de vendas. Produtos da marca Quali-C, da DSM, estão saindo da fábrica escocesa a mais que o dobro do preço de vitamina C sem marca. "Trata-se de uma tremenda oportunidade de negócios para nós", diz Filz.

As companhias estão encontrando maneiras espertas de faturar em cima da crise de alimentos importados. Algumas, como a DSM, estão jogando com o trunfo do "Not Made in China". A Fairway, sofisticada mercearia nova-iorquina, tranqüiliza sua clientela afirmando que nenhum de seus frutos do mar têm origem chinesa. Outros vêm iniciando atividades visando tornar mais segura a cadeia mundial de suprimentos. Um grande ator nesse cenário é a IBM, que está vendendo sistemas para rastrear a trilha de fornecimento alimentício da origem ao mercado. "Quando há uma crise, sempre haverá uma oportunidade para quem possa ajudar a minorar as dores do que está ocorrendo", diz Gene Grabowski, consultor para crises e vice-presidente sênior da Levick Strategic Communications.

c) Crise imobiliária dos EUA derruba bolsas mundiais

O temor de que a crise imobiliária nos Estados Unidos atinja outros setores da economia voltou a ganhar força e provocou uma queda generalizada das bolsas de valores mundiais. A maioria dos analistas acredita que o desempenho negativo foi pontual e não deve significar uma mudança na tendência de alta dos mercados acionários.

Dois fatores deixaram os investidores nervosos. A Countrywide Financial, maior empresa de crédito hipotecário dos Estados Unidos, anunciou ontem que seu lucro líquido no 2º trimestre caiu 33% em relação a igual período de 2006. A companhia atribuiu a queda aos calotes nos empréstimos concedidos a clientes com histórico de crédito duvidoso.

Uma notícia do Wall Street Journal também afetou os negócios. De acordo com o jornal, um grupo de instituições de Wall Street - entre elas Citigroup, Lehman Brothers e Merrill Lynch - adiou a captação de US$ 3,1 bilhões em mercado. Os recursos seriam repassados para as empresas de private equity Carlyle Group e Onex Group comprarem a Allison, unidade de transmissão da General Motors. Uma das grandes preocupações dos investidores era justamente que a crise imobiliária levasse a uma redução do crédito corporativo.

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