20 a 24 de setembro de 2010

Comércio Exterior

Resultados
Minério de ferro sobe 168% em apenas um ano

Balança comercial de máquinas terá deficit no ano
Bancos apostam em aumento do crédito para exportadores
Romi avança sobre o mercado externo sem temer os chineses
Exportações brasileiras de couro somam US$ 1,17 bilhão
Brasil projeta comércio de US$ 5 bilhões com o Canadá

Investimentos

China entra no setor elétrico brasileiro
UE autoriza Marfrig a comprar Keystone

Agronegócio

Brasil está perto de recorde nas exportações de frango
Açúcar provoca mais filas e atrasos no porto de Santos
Falta de investimentos pode frear avanço da produção do agronegócio
Missão americana dá aval positivo depois de inspeção no Brasil
Importação de leite cresce 17% até julho

Mercosul

Missão do Mercosul negocia livre comércio com Palestina

OMC

Setor de fusões e aquisições já cresceu 21% neste ano




Comércio Exterior

a) Resultados

A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 525 milhões na terceira semana de setembro (dias 13 a 19), de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). No período, as exportações somaram US$ 4,944 bilhões, com média diária de US$ 988,8 milhões, superior 21,3% à média de US$ 814,9 milhões até a segunda semana do mês. Houve aumento das vendas das três categorias de produtos. As importações chegaram a US$ 4,419 bilhões, o que correspondem a média diária de US$ 883,8 milhões, crescimento de 14,4% comparada a média até a segunda semana (US$ 772,4 milhões).

No acumulado do mês até a terceira semana, a balança comercial brasileira tem superávit de US$ 822 milhões. Nos 12 primeiros dias úteis de setembro, as exportações totalizam US$ 10,648 bilhões e as importações, US$ 9,826 bilhões. Em relação à média diária de embarques de setembro do ano passado, houve crescimento de 34,4%, enquanto ante agosto deste ano o aumento foi de 1,5%, , com aumento nas vendas de produtos semimanufaturados (15%), manufaturados (2,4%) e retração nos produtos básicos (1,9%). Nas importações, o valor foi 37% superior à média registrada no mesmo mês de 2009 e 7,3% superior ao apurado em agosto de 2010.

No ano, a balança comercial acumula superávit de US$ 12,506 bilhões até a terceira semana de setembro. Segundo o Mdic, o saldo é 41,1% inferior aos US$ 21,234 bilhões registrados no mesmo período do ano passado. Porém, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) chegou a US$ 260,982 bilhões, 35,8% maior ao total apurado em igual período de 2009.

Até a terceira semana de setembro, as exportações totalizaram US$ 136,744 bilhões, com média diária de US$ 763,9 milhões, equivalente a um crescimento de 28,2% ante a média de US$ 596 milhões registrada no mesmo período de 2009. Neste ano, as importações já chegam a US$ 124,238 bilhões, com média diária de US$ 694,1 milhões, valor 45,4% superior à média de US$ 477,4 milhões registrada em igual período do ano passado.

b) Minério de ferro sobe 168% em apenas um ano

Em meio ao cenário de incertezas sobre o que ocorrerá com as commodities a médio e longo prazos, dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que as altas de preços atingem não apenas os produtos agropecuários, mas também commodities metálicas e minerais. Na comparação entre os meses de agosto de 2009 e 2010, houve aumentos significativos nos preços de produtos como minério de ferro (168,2%), semimanufaturados de ferro e aço (59,5%), couro (50,6%) e laminados planos (49,6%).

Ao mesmo tempo, a pauta brasileira de exportações tem grande dependência das vendas de commodities. Só em produtos básicos, a participação dessa categoria de itens no total de divisas de janeiro a agosto deste ano foi de 44,3%, ante 42,8% no mesmo período de 2009. A razão do aumento é, justamente, a elevação das cotações de itens como minério de ferro, petróleo, carnes e grãos.

Pelos dados do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), as exportações de minério de ferro subiram 80,3% nos oito primeiros meses de 2010; as de petróleo, 88,2%; e as de minério de cobre, 96,7%. Mas a grande oferta de soja por países produtores, como Brasil, Estados Unidos e Argentina, acabou reduzindo o preço do produto e os embarques caíram 6,5%.

— Não tenho nada contra o Brasil exportar commodities.

O problema é que o dólar gerado com a venda das commodities no mercado internacional é o mesmo dólar gerado pela exportação de manufaturados, que traz benefícios maiores à economia, como empregos — afirma o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. — Não temos controle sobre as commodities. Desde 2005 as cotações desses produtos vêm subindo no mercado externo e, embora sejamos grandes exportadores, somos meros espectadores.

Na pauta de exportações do Brasil, os manufaturados representam 39,7% do total, com destaque para automóveis, autopeças, aviões, açúcar refinado e óleos combustíveis. Os semimanufaturados correspondem a 13,8% da pauta, sendo as maiores contribuições açúcar em bruto celulose, semimanufaturados de ferro e aço, ferro-ligas e óleo de soja em bruto.

c) Balança comercial de máquinas terá deficit no ano

A balança comercial de máquinas pesadas feitas sob encomenda, chamadas de não seriadas, deve fechar mais um ano no vermelho.
De janeiro a agosto, as importações superaram US$ 3 bilhões, contra exportações de US$ 2,6 bilhões. O setor registrou, portanto, deficit de US$ 792 milhões, tendência que dificilmente será alterada antes do fim de 2010.

Apesar desse cenário, a balança mostra recuperação na comparação com o ano passado. Em 2009, no mesmo período, as importações superaram as exportações em mais de US$ 1 bilhão.
Entre os fatores que ajudam a explicar a manutenção do saldo negativo, segundo a Abdib, estão câmbio e concorrência da China.

De acordo com a entidade, a indústria brasileira sofre os altos custos com tributos e regras trabalhistas, que tornam o produto brasileiro menos competitivo e favorecem a importação. "Qualidade insuficiente de infraestrutura de transporte e logística também eleva o custo dos bens nacionais", informa a Abdib.

A tendência de deterioração começou em 2007. Com os primeiros sintomas da crise, o saldo da balança no setor despencou. Em 2008, fechou negativo pela primeira vez desde 2004, em US$ 11 milhões. Em 2009, as importações superaram as exportações em US$ 1,5 bilhão.

d) Bancos apostam em aumento do crédito para exportadores

A demanda de crédito para exportação cresce em ritmo lento em 2010. O volume de crédito para exportação cresceu apenas 2,9% este ano e o saldo da carteira alcançou R$ 30,92 bilhões, contra R$ 30,05 bilhões registrados ao final de 2009. Os dados são do relatório de Operações de Crédito do Sistema Financeiro divulgado pelo Banco Central (BC).

"Há abundância de recursos captados no exterior para financiar as exportações brasileiras neste ano. Temos recursos para apoiar e irrigar o Comércio Exterior", afirma o diretor da Área Internacional e Comércio Exterior do Banco do Brasil, Admilson Monteiro Garcia.

Ou seja, se não há problemas de escassez de crédito, o relatório do BC mostra que os exportadores estão pouco animados para tomar crédito. As concessões de Antecipação de Contratos de Câmbio (ACC) cresceram apenas 1,7% em 2010, de R$ 4,93 bilhões para R$ 5,01 bilhões.

Na ponta contrária, as concessões de financiamento de importações cresceram 43,3% nos primeiros meses do ano, de R$ 1,38 bilhão para R$ 1,98 bilhão em agosto e acumularam R$ 13,10 bilhões em carteira.
De acordo com o relatório do BC, o prazo médio do vencimento das ACCs até subiu de 119 dias em janeiro para 130 dias corridos em agosto, aumentando o tempo para o exportador honrar com seus compromissos.

E a inadimplência dos ACCs caiu ainda mais. Nos atrasos entre entre 15 e 90 dias, caiu de 1,3% em janeiro para 0,8% em agosto. No critério de prazo superior a 90 dias, caiu de 1,9% em janeiro para 0,7% em agosto.

Apesar da inadimplência ter recuado, as taxas se mantiveram estáveis. O spread cobrado pelos bancos até caiu de 4,4% em janeiro para 3,8% em agosto, mas a taxa de captação subiu de 9,2% para 10,6% no mesmo período. Como resultado, as taxas cobradas dos exportadores subiram de 13,6% de juros ao ano para 14,4% ao ano, ao final de agosto.

Quanto aos riscos a que os exportadores estão expostos, os analistas avaliam que no cenário médio de 130 dias não haverá sobressaltos. "O câmbio está bem estável. Os riscos são bem pequenos", avalia o professor de economia da ESPM, José Eduardo Amato Balian.

"Vamos aguardar as medidas do governo para incentivar as exportações", espera Balian sobre as perspectivas de mudança para o próximo ano.

Balian explica a diferença entre o fraco crescimento dos financiamentos a exportação e o aumento de 28% no valor das exportações em dólar.

"Os preços em dólares subiram muito, especialmente das commodities. Os exportadores estão conseguindo repassar esses aumentos", argumenta Balian.

De fato, Banco do Brasil e Bradesco apontam que houve crescimento do volume em dólar comparáveis ao crescimento de exportações e também ao de 40% das importações.

"Estamos crescendo na mesma dinâmica do mercado. A carteira de ACC atingiu US$ 3,5 bilhões e a carteira de pagamentos de moeda estrangeira de longo prazo alcançou US$ 5 bilhões até agosto", informou ao DCI, a diretora do Departamento de Câmbio do Bradesco, Marlene Millan.

Segundo Millan, o Bradesco possui cerca de 20% de participação na distribuição de ACCs. Seu concorrente Banco do Brasil (BB) informa participação de 32,5% nesse critério e vê crescimento semelhante em dólares.

"Nossa carteira de ACC e ACE cresceu 18,8% nos oito primeiros meses do ano e acumulou US$ 12,9 bilhões", afirmou Admilson Monteiro Garcia, do BB.

O diretor forneceu dados que apontam a predominância de produtos básicos (40%) e semi manufaturados (20%) na pauta das exportações.

Segundo Garcia, o agronegócio de origem vegetal (grãos e outros alimentos) demandou 2,4 mil operações e US$ 2,4 bilhões em financiamento, seguido pelos setores de metalurgia e minerais em segundo, e pelo setor de agronegócio de origem animal (carne e laticínios) na terceira posição de demanda de recursos.

Depois dos primários, a ordem de preferência por recursos vem dos setores: petróleo; couro e calçados; madeireiro e moveleiro; siderurgia e construção civil.

e) Romi avança sobre o mercado externo sem temer os chineses

A Romi, líder nacional nos mercados de máquinas-ferramenta e máquinas para plásticos, está de olho nas oportunidades de compra de empresas no mercado externo. A frustrada oferta pela empresa norte-americana de tornos Hardinge não desanimou a empresa brasileira quanto a novas investidas internacionais. Segundo o diretor de Comercialização da Romi, Hermes Lago, a procura por boas oportunidades é constante.

Segundo o executivo, hoje de 10% a 15% das vendas da Romi são direcionadas ao mercado externo. "Sem descuidar do mercado interno, estamos ampliando a nossa presença no mercado europeu e norte-americano", afirma Lago.

A concorrência vinda da China não assusta a empresa. "Não é de hoje que as indústrias chinesas estão no mercado", diz Lago. Mas, segundo ele, é preciso estar sempre preparado para brigar pelo mercado. O executivo ressalta que, embora o mercado não esteja tão favorável devido a um câmbio desvalorizado, com planejamento e qualidade é possível ampliar a participação no mercado externo.

Presente na Europa e nos Estados Unidos, a empresa conta também em seu portfólio com equipamentos da marca italiana Sandretto, adquirida há cerca de dois anos. A aquisição dos ativos do fabricante italiano fez parte da estratégia da Romi de reforçar sua participação no mercado europeu.
A Romi encerrou o segundo trimestre de 2010 com receita de R$ 167,6 milhões, valor 61,1% superior ao segundo trimestre de 2009. A sólida retomada da atividade industrial no País também se refletiu diretamente na entrada de pedidos no segundo trimestre do ano, com um crescimento de 81,3% sobre o mesmo período de 2009.

A Romi, líder nacional em máquinas-ferramenta, está de olho nas oportunidades de compra de empresa no exterior.

f) Exportações brasileiras de couro somam US$ 1,17 bilhão

As exportações brasileiras de couros somaram US$ 1,17 bilhão nos oito meses de 2010, alta de 72% em relação ao acumulado do ano passado, mas 15% inferior ao mesmo período de 2008. O cálculo é do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior. "Mesmo com o crescimento no período, o resultado positivo ainda sofre os efeitos da lenta recuperação dos principais mercados compradores do produto nacional, além de problemas que vão da falta de matéria-prima, passando pelo Custo Brasil e principalmente a supervalorização do real", diz Wolfgang Goerlich, presidente do CICB.

g) Brasil projeta comércio de US$ 5 bilhões com o Canadá

A missão comercial brasileira enviada ao Canadá nessa semana busca recuperar a corrente comercial entre os dois países e atingir US$ 5 bilhões em negócios ainda em 2010. A previsão foi feita pelo secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Ivan Ramalho, que se encontra em Toronto na chefia da delegação de 29 empresas brasileiras em visita ao Canadá.

"O crescimento de 30% das exportações brasileiras para o Canadá está acima da média brasileira, o que mostra o potencial de crescimento neste intercâmbio comercial", declarou o secretário ao referir a recuperação de 29,9% das exportações brasileiras ao Canadá nesse ano, que alcançou US$ 1,35 bilhão até agosto.

De acordo com dados do Mdic, o comércio entre os dois países já foi maior, mas recuou 34,7% com a crise econômica mundial, de US$ 5,07 bilhões em 2008 para US$ 3,31 bilhões em 2009. Até agosto desse ano, registra corrente de US$ 3 bilhões.

O diretor da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Roberto Segatto, lembrou que as exportações brasileiras ao Canadá registraram pico de US$ 2,36 bilhões em 2007. "Essa corrente comercial ainda é muito pequena perto do potencial que existe. É possível multiplicar esse potencial em até 10 vezes", avalia Segatto.

É em busca desse potencial que a missão comercial brasileira busca fomentar negócios em diversos setores.

Entre as atividades realizadas ontem em Toronto, a chefe do Setor de Promoção Comercial do Consulado-Geral do Brasil em Toronto, Wanja Campos da Nóbrega, fez uma apresentação com diversas informações sobre o mercado canadense.

Ela listou aos empresários brasileiros os setores com maiores oportunidades para negócios no País, como calçados de couro, roupas de banho e esporte, pedras preciosas e semipreciosas, bijuterias, pedras de cantaria ou de construção, softwares, vinhos e móveis.

Durante o encontro da delegação brasileira, a representante regional do Escritório de Facilitação do Comércio (TFO) do governo do Canadá, Alma Farias, disse que a importação per capita no Canadá (US$ 13 mil) é o dobro da americana (US$ 6,5 mil), para ressaltar a abertura de mercado.

Alma Farias ressaltou ainda que apenas 3% das importações canadenses são provenientes da América Latina, com exceção do México, enquanto que Estados Unidos e México representam 59% das vendas, Ásia, 20% e União Européia, 13%. "Por isso, estou certa de que há grande potencial de crescimento para as vendas brasileiras", avaliou a representante canadense.

Em sentido contrário, o do interesse dos brasileiros no Canadá, a Abracex apontou para abertura no segmento de máquinas e equipamentos industriais. "A importação de máquinas para fomentar nossa inovação tecnológica ainda é muita cara. Há incidência de até 40% em impostos e ainda se exige um exame de similaridade nacional, precisamos melhorar os critérios para a entrada desses equipamentos", considerou Segatto.

Segundo o diretor da Abracex, a pauta de importação do Canadá não é diversificada. "Importamos adubos, carvão, papel jornal, produtos farmacêuticos e alguns minerais", comentou Segatto.

O diretor tem razão, no último relatório do Mdic, os 5 principais produtos adquiridos até agosto foram: cloreto de potássio com US$ 262 milhões; vacina contra gripe com US$ 257 milhões; hulha betuminosa com US$ 201 milhões; papel jornal com US$ 115 milhões e turborreatores com US$ 51 milhões.

No sentido inverso, os 5 principais produtos exportados até agosto pelo Brasil foram: alumina calcinada com US$ 380 milhões; petróleo bruto com US$ 167 milhões; açúcar de cana com US$ 135 milhões; café com US$ 41 milhões e congelados de frango com US$ 31 milhões.
"É pouco. As oportunidades para o exportador estão em cerâmica, couro e calçados, veículos e autopeças e produtos químicos", detalha Segatto, da Abracex.

Investimentos

a) China entra no setor elétrico brasileiro

A China vai estrear no bilionário setor elétrico brasileiro. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou ontem a empresa chinesa State Grid International Development Limited a comprar sete ativos de transmissão de energia, todos do grupo espanhol Plena Transmissoras (Elecnor, Isolux, Lintran do Brasil e Abengoa). O negócio, que fora anunciado em maio, é estimado em R$ 3,1 bilhões.

No total, estão sendo comprados 3.060 quilômetros de linhas de transmissão que cortam os estados de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. O pacote também inclui sete subestações.

A State Grid, estatal, atua em 26 províncias da China e tem um bilhão de consumidores.

Com o negócio, a companhia assume o controle total das empresas Serra Paracatu Transmissora de Energia, Ribeirão Preto Transmissora de Energia, Poços de Caldas Transmissora de Energia, Serra da Mesa Transmissora de Energia, Itumbiara Transmissora de Energia, Expansion Transmissão Itumbiara Marimbondo e Expansion Transmissão de Energia Elétrica.

A operação abre as portas do mercado nacional à elétrica chinesa. Se a State Grid quiser participar de leilões para construção e operação de novas linhas de transmissão no país, não precisará constituir uma empresa no Brasil. Está marcada uma nova licitação pela Aneel em 26 de novembro, porém ainda não foram definidos os lotes. Este ano foram realizados dois leilões de linhas de transmissão, o primeiro em junho e o segundo, no último dia 3.

Já a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou ontem que o governo quer verificar a real situação das barragens do país e, principalmente, se está sendo feita a manutenção destas. Inicialmente devem ser fiscalizadas cerca de mil barragens, sendo metade no Nordeste. Segundo o diretor da ANA, João Gilberto Lotufo Conejo, será necessário que peritos elaborem um laudo de segurança das barragens, porque não existe nenhum estudo de quantas estão em situação de risco.

b) UE autoriza Marfrig a comprar Keystone

A companhia brasileira de alimentos Marfrig obteve a aprovação do órgão regulador da União Europeia (UE) para adquirir a Keystone Foods, em um negócio avaliado em US$ 1,26 bilhão. O acordo, anunciado em junho, deve ser concluído em 1ode outubro, segundo uma fonte próxima da companhia brasileira.

A aquisição, a mais recente de uma série feitas pela Marfrig, é parte da estratégia da companhia de se tornar fornecedora das maiores redes de restaurantes dos mundo.

Entre os clientes da Marfrig estão McDonald’s, Campbell’s, Subway, ConAgra Foods, Yum Brands e Chipotle Mexican Grill.

Com a compra da Keystone, a Marfrig deve se tornar uma das principais fornecedoras do McDonald’s. Além disso, a operação permite que o grupo brasileiro amplie seus negócios na Ásia, especialmente na China.

Para Comissão Europeia, negócio não afeta mercado A Comissão Europeia, órgão regulador do bloco que reúne 27 países, afirmou que o acordo não deve distorcer a concorrência no setor de alimentos: “As investigações da Comissão revelaram que a participação de mercado combinada das partes no negócio de carne é moderada em todos os produtos e que um número suficiente de concorrentes pode se manter ativo nos mercados”, anunciou em um comunicado o órgão executivo da UE.

A Keystone é fornecedora de mais de 28 mil restaurantes em 13 países. Já a Marfrig é a segunda maior produtora de carne bovina, suína e de frangos no Brasil.

Agronegócios

a) Brasil está perto de recorde nas exportações de frango

Impulsionada por tecnologia, a avicultura do Brasil deve bater recorde de exportação em 2010. Estimativa da Safras & Mercado aponta para até o fim do ano um volume total de carne de frango embarcada de 3,864 milhões de toneladas, alta de 6,15% sobre 2009. A produção nacional também segue em ritmo de crescimento, com avanço de 8,33%. Em 2010, o País deve produzir, ainda de acordo com a Safras, 11,969 milhões de toneladas de frango.

Para atender as exigências do mercado internacional, segundo Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras, o produtor, especialmente do sul do País, tem investido cada vez mais em tecnologia, matrizes e genética.

Os maiores estados produtores da carne - Santa Catarina, Paraná e o Rio Grande do Sul - são os que mais investem em ganho de produtividade e qualidade. De acordo com Iglesias, o desenvolvimento do setor acompanha a evolução econômica do País. "O aumento na renda puxa o consumo de carne", diz.

Levantamento da Safras mostra ainda que nos meses de julho e agosto as exportações de frango do Brasil foram as mais elevadas do ano. Julho registrou 360,5 mil toneladas de frango exportadas, alta de 13,66% sobre os números do mesmo período em 2009. Agosto teve 347,9 mil toneladas, avanço 15,49% nos embarques ante o registrado no ano anterior. "O recorde de exportação foi em maio de 2008, quando o País enviou 361,4 mil toneladas", afirma.

Para Paulo Figueiredo, engenheiro mecânico e especialista em desenvolvimento de produtos da sueca Husqvarna, os investimentos em mecanização da produção e melhoria na infraestrutura nos aviários aumentam a produtividade, a prevenção de doenças, com consequente redução do custo de produção. A Husqvarna, multinacional especializada no desenvolvimento de tecnologia para o manejo no setor agropecuário, aposta no Brasil com o lançamento do kit aviário, composto pelo Motocultivador TR 430, e duas opções de sopradores, 125BVx e o 356BTx, ambos responsáveis pela higienização da granja.

De acordo com Figueiredo, o uso desses equipamentos impede que calos sejam formados nos pés e peito das aves. "Quando o frango apresenta calos é descartado para exportação", diz.

O investimento de no máximo R$ 8 mil com o kit, segundo Figueiredo, é devolvido em rentabilidade em sete meses. "Os dejetos das aves que são jogados fora, com o kit podem se transformar em composto orgânico para produção de café e laranja", explica.

O preparo do solo, que gira em torno de R$ 4 mil a R$ 4,5 mil, segundo o engenheiro, sem as máquinas deve ser feito a cada quatro ciclos de aves na granja. Com os equipamentos, o solo pode ser refeito a cada sete ou oito ciclos.
Para o analista, o aumento da demanda externa e da produção nacional permite que o Brasil busque mercados, além dos tradicionais países árabes, Japão, China e Rússia. "É preciso buscar países em desenvolvimento, como Indonésia e Índia", diz.

No entanto, de acordo com Ricardo Gouvêa, diretor executivo da Associação Catarinense de avicultura (Acav), apesar do setor trabalhar na melhoria de mercado, na ponta da cadeia, a rentabilidade não acompanha o movimento altista. "O governo precisa mudar a política cambial."

A demanda do mercado externo por ovos férteis para matrizes é uma nova tendência para o setor brasileiro. "Apesar de ainda não possuirmos dados consolidados, a procura por matrizes tem aumentado significativamente", afirma Iglesias.

A avicultura brasileira deve bater recorde de exportação em 2010. Estimativa da Safras & Mercado indica que até o fim do ano 3,864 milhões de toneladas de carne de frango serão embarcadas - alta de 6,15% sobre 2009. A produção nacional também segue em ritmo de crescimento, com avanço de 8,33%. Em 2010, o País deve produzir, ainda de acordo com a Safras, 11,969 milhões de toneladas da ave. Para atender exigências externas, o produtor, especialmente do sul do País, investe mais em tecnologia, matrizes e genética.

b) Açúcar provoca mais filas e atrasos no porto de Santos

Lentos, os vagões com açúcar avançam terminal adentro. Ligeiro, o funcionário corre para abrir a porta lateral do vagão. Uma coluna de açúcar desaba. Parte das 55 toneladas foi para a estocagem, o resto só com a ajuda do rodo.

Uma parte do descarregamento de açúcar no porto de Santos (SP), por onde devem ser exportados 21 milhões de toneladas neste ano, ainda depende do rodo.
Funciona, mas leva tempo. Para esvaziar um vagão nessas condições são gastos quase 40 minutos.

"De fato, ainda existem muitas composições que descem da zona produtora rumo ao litoral com vagões antigos, inadequados para a logística do açúcar. Mas, aos poucos, vamos aposentar esses vagões", afirma Carlos Magano, diretor da Rumo Logística, empresa controlada pelo grupo Cosan, a maior esmagadora de cana-de-açúcar do país, por onde devem passar 9 milhões de toneladas do produto neste ano.

A falta de oferta mundial de açúcar trouxe para o Brasil praticamente todos os compradores. O resultado foi o entupimento da principal porta de saída da produção. A demanda provocou fila de caminhões descendo a serra e filas de navios fundeados na entrada do canal do porto.
Nos últimos dias a situação melhorou. O longo período de estiagem permitiu o carregamento de navios praticamente todos os dias, mas nem isso impediu as longas filas. De 94 navios que esperavam a vez para atracar em algum ponto do cais de Santos, 43 eram graneleiros para açúcar.

Segundo Carlos Kopittke, diretor comercial da Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo), o porto de Santos tem capacidade para estocar atualmente quase 1 milhão de toneladas de açúcar, mas o grande problema nem é esse.

O transporte rodoviário do produto ainda é predominante. Hoje, 80% de todo o açúcar que desce à Baixada Santista chega de caminhão e apenas 20% alcança a zona portuária por trem.
"Há investimentos sendo feitos para inverter essa situação", explica Kopittke.

A Rumo Logística anunciou investimento de R$ 1,2 bilhão na compra de 1.108 vagões e 75 locomotivas.

A empresa também está montando terminais para recebimento de açúcar e despacho em vagões na cidade de Itirapina (interior de São Paulo). Outros terminais serão construídos.

A empresa já recebeu 23 locomotivas e 725 vagões e prevê que terá condições de mudar o tipo de transporte em até quatro anos. Cada vagão tem capacidade para transportar 90 toneladas (três caminhões) e pode liberar a carga no terminal em Santos em apenas um minuto.
Um projeto em parceria com a Copersucar, o segundo maior terminal em Santos, deve criar uma estrutura para recebimento de açúcar. Associado ao maior uso de trem para o transporte, a infraestrutura de escoamento do açúcar pode dar conta dos grandes volumes embarcados em Santos.

O aprofundamento do canal de navegação em Santos também elevará o tamanho dos navios -de 60 mil para até 80 mil toneladas- que podem atracar no porto.

c) Falta de investimentos pode frear avanço da produção do agronegócio

O agronegócio pagou grande parte das contas do país nos últimos anos e continuará pagando nos próximos. O setor deverá trazer pelo menos US$ 1 trilhão com as exportações até 2020.
O país, cuja produção de grãos era de 58 milhões de toneladas no início dos anos 1990, poderá chegar a 200 milhões em 2020.

A região Centro-Oeste será importante nesse avanço. Tem condição de crescimento, mas já esgotou a capacidade de escoamento da produção. Entra e sai governo e os problemas continuam. Só em milho e soja, a região deverá atingir 78 milhões de toneladas em 2020. Sem ações rápidas na preparação de infraestrutura, a região para de produzir.

Dependente do transporte rodoviário, a região desova boa parte da produção por portos de Sul e Sudeste, o que retira renda e competitividade do produtor. Ferrovias, pavimentação de rodovias, hidrovias e aceleração de obras em portos estratégicos são vitais para o setor continuar respirando.

Essas obras vão retirar pressão sobre as vias de embarques do Sudeste e do Sul, que também terão volumes maiores de grãos, carnes, açúcar, álcool, celulose etc.

A carne é outro produto que terá grande demanda externa, e a região Centro-Oeste é líder na criação de gado. Mas o cenário para o pecuarista parece cinzento na região. A criação de frigoríficos gigantes, incentivada pelo próprio governo, refletirá no bolso dos pecuaristas.

Assim como financiou os grande frigoríficos, o governo deveria ter dado condições também aos médios.

Há áreas em que o boi chega a viajar 700 quilômetros antes do abate devido ao fechamento de frigoríficos.

O Centro-Oeste é uma região de muito potencial, mas enquanto a agricultura é dinâmica, os investimentos governamentais são sempre lentos. Essa lentidão pode comprometer a produção.

d) Missão americana dá aval positivo depois de inspeção no Brasil

Com o objetivo de verificar se o sistema de segurança alimentar do Brasil é equivalente ao norte-americano, uma missão do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS, sigla em inglês) dos Estados Unidos permaneceu no País do dia 31 de agosto até a data presente.

Os técnicos norte-americanos consideraram que os inspetores brasileiros estão habilitados a fazer as auditorias e que o sistema de inspeção é organizado. A informação foi repassada na reunião final realizada no ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em Brasília.

Após a detecção, em maio deste ano, de um lote com ivermectina (vermífugo) acima do limite estabelecido pelos norte-americanos, que é de dez partes por bilhão (ppb), governo e iniciativa privada elaboraram, em julho, um plano de ação. Entre as normas está a seleção, pelos frigoríficos, de fornecedores de carne bovina que respeitam o período de carência, desde a aplicação de um medicamento até o abate dos animais.

"Depois desse passo, coletamos 230 amostras nos frigoríficos e avaliamos a presença de ivermectina (vermífugo). Em nenhum caso houve violação do limite permitido pelos norte-americanos. O resultado mostra que os procedimentos adotados estão funcionando", enfatiza o diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do ministério da Agricultura, Nelmon Costa. Nesta semana, terá início a última etapa, em que serão analisadas mais 230 amostras. O ministério da Agricultura ainda aguarda um posicionamento oficial do governo dos Estados Unidos sobre a retomada das exportações de carne termoprocessada para aquele país.

Durante as três semanas em que permaneceram no Brasil, os técnicos visitaram frigoríficos sob SIF, laboratórios e os Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal localizados nas Superintendências Federais de Agricultura em Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e São Paulo.


Ao todo, foram auditados quatro estabelecimentos registrados no Serviço de Inspeção Federal (SIF), dos 22 habilitados a exportar carne bovina termoprocessada para os Estados Unidos. Além disso, a missão verificou o trabalho realizado pelos Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros) do ministério da Agricultura em Campinas (SP) e Porto Alegre (RS). O Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar dos EUA deve encaminhar o relatório final aos brasileiros no prazo de 60 dias. As informações são do ministério da Agricultura.

e) Importação de leite cresce 17% até julho

A invasão estrangeira de leite e derivados já preocupa os produtores do país. As importações de lácteos comparadas com as de exportações apresentaram um saldo negativo de US$ 87,9 milhões na balança comercial de janeiro a julho de 2010. A entrada desses produtos no Brasil cresceu 17,8% nos sete primeiros meses do ano, segundo o Ministério da Agricultura. Entre os derivados, o ingresso de queijo aumentou 93% e o de soro de leite 41,5%.
Desde 2009 o mercado de lácteos sofre perdas. Depois de registrar um saldo positivo de mais de US$ 328 milhões em 2008, a crise internacional afetou as exportações. No ano passado, as receitas ficaram no vermelho em um total de US$ 99,3 milhões. Na avaliação do presidente da Comissão de Leite da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Rodrigo Alvim, a forte presença de importados no mercado brasileiro é consequência da política cambial, já que o Brasil é autossuficiente na produção desde 2001.

O integrante da CNA acredita que o real está sobrevalorizado, o que encarece o produto nacional no mercado externo e facilita a importação. Outro ponto que pesa sobre os produtores, na opinião de Alvim, é o alto valor dos impostos que se traduz em mais despesas. “Existe o interesse de algumas indústrias em comprar leite de outros países. Supermercados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul já compram o leite UHT (de caixinha) do Uruguai”, disse Alvim.

O clima será o fator que vai decidir os rumos do mercado de lácteos em 2010. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP) indica que o fenômeno La Niña deve prolongar o período de seca e estiagem no país até outubro e adiar o início da safra. As pastagens ruins podem diminuir a expectativa de aumento de 5% na produção em comparação com o ano passado. O Brasil produziu 26,7 bilhões de litros de leite em 2009, segundo estimativa da CNA. A solução para amenizar perdas com problemas climáticos seria o investimento na compra de rações.

Entretanto, o assessor técnico da CNA, Bruno Lucchi acredita que a queda de 13,35% no preço pago ao produtor de maio a agosto, aumentaria ainda mais as despesas dos empresários que estão sem capital de giro. A forte seca na Rússia também elevou o preço do trigo, cereal que é base do suplemento para o gado.

Tudo isso faz com que o valor pago pelo consumidor por alguns lácteos já supere a inflação de 3,14% registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, de janeiro a agosto de 2010. O preço do leite pasteurizado, por exemplo, subiu 13,47% — quatro vezes mais — e do leite em pó, 6,46% no acumulado dos oitos primeiros meses, de acordo com o IPCA. Na avaliação do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz, a falta de chuvas vai impactar as despesas dos produtores, que precisarão comprar ração para engordar o gado.

Mercosul

a) Missão do Mercosul negocia livre comércio com Palestina

Uma delegação do Mercosul apresentou ontem aos palestinos uma proposta inicial para a negociação de um acordo de livre comércio.

A reunião em Ramallah (Cisjordânia) fez parte de um giro que inclui Jordânia e Síria, onde o bloco sul-americano também busca pactos comerciais.

As conversas reforçam o foco das parcerias comerciais do Mercosul no Oriente Médio. No mês passado, o bloco concluiu o acordo de livre-comércio com o Egito, o segundo firmado com um país de fora da América Latina, depois de Israel.

O próximo da lista deve ser a Jordânia, com a qual o Mercosul espera fechar um acordo até o fim do ano.

Segundo o embaixador brasileiro Evandro Didonet, que chefiou a delegação do Mercosul, toda a parte de texto do acordo com os jordanianos já foi concluída, mas ainda restam temas complexos como regras de origem e concessões para acesso ao mercados.

Por enquanto o plano de negociação com os palestinos é mais um gesto político que prático, pois a economia palestina depende totalmente de Israel, com quem o Mercosul já tem acordo.
Didonet, chefe de negociações internacionais do Itamaraty, disse que foi mantida uma "conversa exploratória" com os palestinos, na qual o bloco sul-americano apresentou um "acordo quadro", que estabelece o formato da negociação.

Assim que ele for assinado, começarão a ser discutidos os meandros do futuro acordo com a ANP (Autoridade Nacional Palestina).

E eles não são poucos, já que os palestinos vivem sob ocupação e sua economia é subordinada a Israel, sobretudo para importação e exportação. Os próprios negociadores admitem não dispor de números precisos do volume de comércio entre o bloco e os territórios palestinos, pois ele se confunde com as transações com Israel.

"Na prática, é um espaço aduaneiro único", afirma Didonet.

Apesar das dificuldades, Abdel Hafiz Nofal, vice-ministro da Economia palestino, estima o potencial do comércio entre o Mercosul e a ANP em US$ 200 milhões. O fluxo atual de comércio entre Israel e Mercosul é de US$ 2 bilhões.
Entre os produtos palestinos de exportação citados por Nofal, estão azeite de oliva, pedras e mármores, produtos farmacêuticos e cosméticos. Para importação, os palestinos mostraram interesse em carros, autopeças, açúcar, café e carnes.

De Ramallah, a delegação do Mercosul seguiu para a Síria, com a qual as negociações para um acordo de livre comércio também estão em estágio inicial. Na região estão em curso ainda conversas com Marrocos e países do golfo Pérsico.

OMC

a) Setor de fusões e aquisições já cresceu 21% neste ano

Com cenário estável nos EUA e com crescimento em mercados emergentes, a atividade de fusões e aquisições cresceu 21% até agora neste ano, impulsionada pelo mês de agosto mais movimentado em mais de uma década.

Um ressurgimento da força nas opções de financiamento tem incentivado a busca de acordos que tinham sido deixados de lado na primeira metade do ano.

Até agora neste ano, a atividade global de fusões e aquisições totalizou US$ 1,7 trilhão, segundo dados da Thomson Reuters. A atividade nos países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) representou 18% do total, percentual recorde. No geral, o nível de atividade dos Brics cresceu 65% em relação ao mesmo período de 2009.

O diretor de fusões para as Américas do UBS, Cary Kochman, diz que a atividade nos emergentes "vai encerrar o ano em níveis recordes".

"China, Brasil, Canadá e Índia continuam sendo de grande interesse. A razão para isso é que estes mercados entraram na crise financeira com alguns dos menores níveis de dívida do mundo. Eles também são mercados que estão passando por forte crescimento", afirmou ele.

No terceiro trimestre, o terceiro de crescimento e o mais forte em dois anos, a atividade global totalizou US$ 599 bilhões, alta de 35,6% ante o mesmo período de 2009.

"Estamos vivendo em um ambiente frágil. Uma taxa estável sem um catalisador negativo vai levar a mais atividade", disse Jimmy Elliott, diretor global de fusões e aquisições do JPMorgan.
O Goldman Sachs assumiu a liderança, subindo do segundo posto e à frente de JP Morgan e Morgan Stanley.

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