Comércio Exterior
a) Resultados
A balança comercial teve superavit de US$ 345 milhões na terceira semana de novembro (entre os dias 16 e 22), mais que o dobro do saldo positivo da segunda semana (US$ 165 milhões). As exportações somaram US$ 2,907 bilhões, enquanto as importações atingiram US$ 2,562 bilhões no período. Em relação à segunda semana do mês, a média das exportações caiu 11%. Nas importações, o recuo foi de 21,4%.
Nas três semanas deste mês, o superavit atinge US$ 363 milhões, com vendas externas de US$ 8,789 bilhões e compras de US$ 8,426 bilhões. Comparando o desempenho de novembro de 2008, a queda nas exportações é de 14,9%, enquanto as importações cederam 8,2%.
No período, a queda nas vendas externas atingiu todas as categorias de produtos: manufaturados (-20,9%), básicos (-10,1%) e semimanufaturados (-7%). O recuo em manufaturados foi provocado pela retração de exportações de aviões, automóveis, calçados, motores e geradores.
Do lado das importações, na mesma base de comparação, as maiores quedas foram registradas em produtos siderúrgicos (-54,5%) , borracha e obras (-24,8%) e químicos (-15%), instrumentos de ótica e precisão (-14,2%) e adubos e fertilizantes (-8,4%).
O volume total das exportações brasileiras atingiu US$ 134,668 bilhões entre janeiro e novembro. O número é 24,4% inferior ao registrado no mesmo período de 2008. As importações no acumulado do ano foram de US$ 111,706 bilhões, uma contração de 28,6% se comparado com o total comprado no período de janeiro à terceira semana de novembro no ano passado. No acumulado deste ano, o saldo é positivo em US$ 22,962 bilhões, ante US$ 21,908 bilhões no mesmo período de 2008.
b) Brasil é o país que mais vende para o Irã na AL
Mesmo com uma relação comercial pouco expressiva com o Irã, para onde dedica apenas 0,75% de suas exportações, o Brasil é a nação que mais exporta para o país na América Latina, com um saldo de US$ 921,6 milhões em 2009 até outubro. Neste ano, as exportações já cresceram 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado e, no acumulado de 2003 a 2008, houve um aumento de 30% das vendas, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de exportações e Investimentos (Apex), da Mdic, o Irã apresenta um mercado muito interessante para o Brasil, pois além de carecer de uma série de elementos que o mercado nacional produz em grande escala, como alimentos e bebidas, as características econômicas são extremamente propícias.
– Atualmente, o território iraniano ocupa 1,648 milhão de quilômetros quadrados, com 70 milhões de habitantes, a mesma quantidade verificada na França. De 2003 a 2008, conseguiu um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 5,2%, resultado superior ao da América Latina no mesmo período – declarou o coordenador da Unidade de Inteligência Comercial da Apex-Brasil, Marcus Lelis – Podemos dizer com firmeza que o Brasil só tem a ganhar investindo no estreitamento das relações comerciais com este país, que é essencialmente exportador de petróleo e apresenta uma indústria pouco desenvolvida.
O Irã possui metas e programas de desenvolvimento econômico até o ano de 2025, tendo em vista que está na maior zona de produção de gás do mundo e já tem projetos estruturados até 2014 com políticas educacionais avançadas. Já existem 289 universidades no país, com possibilidade de ampliação.
Segundo a Mdic, o país pretende ampliar o número de parceiros comerciais na América Latina, expandindo sua atuação por meio de ciência, nanotecnologia, biotecnologia, energia e infraestrutura. Além disso, reforçou alguns setores para a aproximação bilateral com o Brasil, como bancário, segurador, tecnológico, de petróleo e gás, saneamento básico, energia elétrica, indústria, minas e energias, comércio, agronegócio e turismo, em que há grandes oportunidades para investimentos externos.
Os iranianos têm 18 bancos (10 do governo e oito privados), 17 mil redes espalhadas pelo país, filiais e representações bancárias na América Latina e Europa (mas nenhuma ainda no Brasil), 20 companhias de seguros (16 privadas e 4 públicas), dentre outros órgãos.
Crise financeira Da mesma forma que afetou o comércio no mundo inteiro, as relações entre os dois países foram prejudicadas no fim do ano passado com a recessão economica internacional, mas já apresentam sinais positivos. “Os negócios tiveram um decréscimo de 40% de 2007 para 2008. A queda na participação do Irã nas exportações brasileiras foi de 1,4% para 0,57%. Este ano, até outubro, este número já subiu para 0,75%”, destacou Lelis. “A tendência é recuperar aos poucos”.
c) Commodities passam a dominar as exportações
As commodities (produtos básicos como minério de ferro) vêm ganhando cada vez mais espaço nas exportações brasileiras, ocupando território especialmente dos produtos de média intensidade tecnológica, segundo o Ipea.
Historicamente, esses produtos, de baixa sofisticação, representam em torno de 40% dos bens vendidos pelo Brasil para o exterior, mas nos primeiros quatro meses deste ano eles chegaram a 51% -ante 43% em todo o ano passado.
O principal motivo para essa arrancada das commodities foi o crescimento das vendas para a China, que são concentradas nesses produtos, ao contrário dos EUA, que importam mais manufaturados.
Baseada em produtos como soja, minério de ferro, celulose, fumo e petróleo, a exportação brasileira para a China cresceu 18% até setembro, no único caso de alta entre os dez principais destinos. Ela respondeu nos nove primeiros meses de 2009 por 14,5% do que o Brasil vendeu ao exterior (ante 9,1% no mesmo período de 2008).
Outro motivo de avanço das commodities é o fato de o preço de algumas, que caíram na crise, terem voltado a se valorizar.
Para o Ipea, ainda é cedo para saber se o predomínio das commodities é um efeito de curta duração decorrente da crise global ou se é uma decorrência de longo prazo. De qualquer forma, esse movimento é oposto ao que o país precisa no longo prazo, que é diversificar sua pauta de exportações a partir da ampliação da participação de produtos mais intensivos em tecnologia, dizem Fernanda de Negri e Maria Cristina Passos, no boletim Radar.
d) Volume importado de bens duráveis dispara
O volume de importações seguiu elevado em outubro, reagindo à combinação do crescimento mais forte da atividade econômica com o dólar barato. As quantidades importadas totais subiram 1,65% em relação a setembro, com destaque para as compras externas de bens de consumo duráveis (como automóveis e eletroeletrônicos), que aumentaram 6,5%, segundo números da Fundação Centro de Estudos de comércio exterior (Funcex). Na comparação com outubro de 2008, a alta é de 5%. As importações de bens intermediários (como aço, borracha e produtos químicos), por sua vez, avançaram 4,74% sobre setembro.
Na série livre de influências sazonais calculada pela MB Associados, o volume importado total em outubro caiu 2% sobre o mês anterior, mas ainda assim ficou 17% acima do registrado em fevereiro deste ano, o nível mais baixo atingido durante a crise. No caso da importação de bens duráveis, houve alta mesmo feito o ajuste sazonal da MB, de 3,5%.
O economista-chefe da Funcex, Fernando Ribeiro, diz que a recuperação da atividade é o principal fator a explicar a recuperação das compras externas nos últimos meses. Da mesma forma que o tombo da produção industrial provocou a queda das importações no fim do ano passado e no começo deste ano, é a retomada da indústria que está impulsionando o crescimento atual, afirma ele, para quem o câmbio ajuda a sustentar as compras externas, mas não é o fator principal a impulsioná-las. Entre outubro e dezembro de 2008, a produção industrial caiu 20%, tendo avançado 14,6% entre janeiro e setembro deste ano.
No caso das importações de bens duráveis, o nível do câmbio tem influência um pouco maior, segundo os analistas. As compras desses bens subiram com força desde junho, aumentando 31,2% nos últimos cinco meses, na série com ajuste sazonal da MB.
O economista André Carvalho, da Main Street Consultoria, ressalta o crescimento da participação de veículos importados nas vendas no mercado interno. A fatia dos automóveis estrangeiros, que era de 11,3% em 2007 e de 13,3% em 2008, atingiu 17% em outubro deste ano, diz ele, citando dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Carvalho considera que essa trajetória ilustra a importância crescente dos importados no segmento de bens duráveis, tendência que, para ele, vai ganhar força em toda a economia nos próximos anos. As importações de bens e serviços devem pular de 12,4% do PIB em 2009, para 13,6% do PIB em 2010 e 15,2% do PIB em 2011.
O crescimento mais forte da economia é especialmente importante para a retomada das compras de bens intermediários, avalia o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. Segundo seus cálculos, em outubro as importações de insumos caíram 1,8% em relação a setembro, mas mesmo assim o volume ficou 16,5% acima do fundo do poço registrado em abril. Já na série dessazonalizada da LCA Consultores, o volume importado de intermediários subiu inclusive em outubro, registrando a sexta alta mensal consecutiva.
Essa mudança de patamar das compras de insumos reflete a recuperação gradual da produção industrial ao longo do ano, diz Vale. O câmbio é um lubrificante para a importação, mas o fator-chave é realmente a atividade. Neste ano, o dólar já caiu 27,4%, de R$ 2,39 para R$ 1,735.
Um segmento intermediário cuja importação tem crescido bastante é o de produtos químicos, como mostram os números da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). As compras externas desses bens, que totalizaram 953 mil toneladas, em fevereiro, atingiram 2,850 milhões em outubro. O gerente de comércio exterior da Abiquim, Renato Endres, acredita em alguma recuperação adicional nos próximos meses, já que as importações de fertilizantes, com peso expressivo na pauta do setor, ainda estão baixas. Para ele, o dólar barato e a retomada da economia impulsionam as importações de produtos químicos, sendo difícil determinar qual é o fator mais importante.
Para Vale e Ribeiro, as importações de bens de capital devem demorar um pouco para reagir com mais força. Vale lembra que ainda há capacidade ociosa em vários segmentos da indústria, que só deve ser preenchida mais perto do fim do primeiro semestre do ano que vem. Até lá, muitas empresas devem esperar para investir, o que implica uma perspectiva de alta moderada das importações de máquinas e equipamentos.
A retomada das importações é nítida e ocorre de modo generalizado, mas ainda está bastante inferior ao registrado nos mesmos meses do ano passado. Em outubro, por exemplo, o volume importado total ficou 15,74% abaixo de outubro de 2008. Esse quadro deve mudar a partir de novembro, quando haverá uma comparação com meses de 2008 em que a atividade econômica sofreu muito por causa da crise.
Agronegócio
a) Exportação de suco deverá render 20% menos no ano
A recente recuperação das cotações do suco de laranja no mercado internacional não deverá trazer benefícios à cadeia produtiva brasileira antes do fim do primeiro trimestre de 2010, de acordo com exportadores e analistas.
Conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR), ainda que a valorização da commodity supere 70% na bolsa de Nova York em 2009, boa parte desses ganhos vieram nos últimos meses e não beneficiam os embarques atuais.
A entidade reconhece que os contratos de exportação fechados recentemente refletem a melhora dos preços, mas informa que o grosso dessas entregas começará a entrar no caixa das empresas a partir do início do ano que vem.
Somente a partir de então, afirma Christian Lohbauer, presidente da CitrusBR, será possível imaginar um quadro novamente razoável para a cadeia. A atividade é concentrada em São Paulo, que reúne o maior parque citrícola do planeta e faz do Brasil responsável por mais de 80% das exportaçõesmundiais de suco de laranja.
Para os produtores paulistas de laranja, que na média vêm recebendo das indústrias menos do que gastam para produzir, a expectativa de melhora no futuro é um refresco ainda volátil.
Segundo a Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faep) e a Associação Brasileira de citricultores (Associtrus), o cenário não evitará que muitos produtores deixem a atividade em virtude de perdas nas últimas safras, aprofundando uma diáspora notória no segmento nesta década.
Na bolsa de Nova York, os contratos para março fecharam a US$ 1,1610 por libra-peso na sexta. Houve queda de 125 pontos sobre a véspera, mas no ano, segundo o Valor Data, o salto chega a 70,99%.
Apesar disso, a CitrusBR projeta para 2009 queda de 20% na receita proveniente das exportações brasileiras do tradicional produto concentrado e congelado (FCOJ) e do não-concentrado (NFC), que está mais valorizado, em 2009.
Há dois meses, a estimativa era de queda de 25% em relação aos US$ 1,997 bilhão de 2008. Não deixa de ser uma tímida melhora, que também é verificada nas projeções para o volume das vendas.
Em setembro, a CitrusBR trabalhava com embarques conjuntos entre 1 milhão e 1,1 milhão de toneladas este ano - 14,8% a 22,5% menos que em 2008 (1,291 milhão de toneladas). Agora, vislumbra crescimento entre 5% e 10%.
O quadro começou a mudar porque, de lá para cá, adversidades climáticas reduziram as estimativas para a produção da Flórida no ciclo atual, prejudicaram a colheita de laranja em São Paulo e afetaram a florada da próxima safra do Estado brasileiro, que será colhida a partir de meados de 2010.
Nas últimas semanas, o temor dos americanos com a gripe A (H1N1) no inverno que se avizinha no Hemisfério Norte ampliou o consumo de suco no país, o que ajudou a puxar um pouco mais os preços em Nova York.
Analistas acreditam que a conjuntura tende a reduzir os estoques de suco nos EUA, que estão nos maiores patamares desde 2005 (ver tabela), quando furacões detonaram pomares na Flórida, que reúne o segundo maior parque citrícola do mundo, e levaram as cotações a máximas históricas.
Maurício Mendes, presidente da AgraFNP no Brasil, da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios (ABMR&A) e membro do Grupo de Consultores em Citrus (GConsi), já ponderou que o efeito gripe acontece em um período de demanda mais magra nos EUA por causa da queda das temperaturas e tem efeito limitado.
Para ele, mais importante que isso são as promoções que vinham sendo feitas no varejo americano para alavancar o consumo após anos de quedas, apenas aprofundadas pelo recrudescimento da crise financeira global, em setembro de 2008. E, claro, as perspectivas de retração da produção na Flórida e em São Paulo.
Lohbauer tem esperança de que a recuperação das economias dos países ricos perdure e que o consumo volte a crescer de forma sustentável em mercados como os EUA e a União Europeia. A UE absorve cerca de 70% dos embarques brasileiros; os EUA, mais de 15%.
São elementos que mostram que o fundo do poço talvez tenha ficado para trás, diz o dirigente. Fontes do mercado ressalvam, contudo, que o câmbio está prejudicando os resultados das grandes indústrias exportadoras (Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Louis Dreyfus) e que isso dificultará que a melhora dos preços do suco chegue aos citricultores.
Segundo ele, os custos médios de produção de laranja em São Paulo, inflados pelos gastos para combater doenças como o greening, superam R$ 10 por caixa de 40,8 quilos. A maior parte dos contratos de fornecimento de longo prazo firmados pelos produtores com as indústrias, que são em dólar, não cobrem o valor. E, no mercado spot paulista, a caixa reagiu, mas ainda sai por menos de R$ 7.
A situação fortalece posições como a de Margarete Boteon, do Cepea/USP, que defende mudanças no modelo de remuneração dos citricultores. Em artigos, a pesquisadora vem defendo o estabelecimento de uma política de preços mínimos que leve em consideração que a laranja, perecível, não é passiva de estocagem.
Um instrumento que poderia ser usado é a Linha Especial de Crédito (LEC). O problema é que o lançamento da LEC em 2009 não atraiu as grandes processadoras voltadas ao mercado externo tendo em vista que os valores mínimos foram considerados muito elevados em relação aos preços de mercado, escreveu.
Ela obstáculos como esse sejam contornados com organização e a articulação da cadeia, que pode trabalhar para escoar a produção comprada via LEC no mercado doméstico. Tradicionalmente, mais de 90% da produção nacional de suco de laranja é exportada.
Isso poderia ser o embrião do Consecitrus conselho com representantes de toda a cadeia, que requer o setor organizado e compartilhando informações reconhecidas de qualidade por todas as partes, afirma Margarete em análise publicada em 12 de novembro.
b) China retoma compras e soja tem semana de altas
Mais pressionadas desde que a China reduziu as importações, no início do primeiro semestre, as cotações da soja reagiram à retomada das compras do gigante asiático e encerraram a semana passada com ganhos significativos no mercado internacional.
Na bolsa de Chicago, principal referência global para os preços do grão, os contratos com vencimento em março (que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez), alcançaram US$ 10,5025 por bushel na sexta-feira, 5,50 centavos de dólar mais que na véspera.
Cálculos do Valor Data mostram que, depois de uma semana inteira com a segunda posição acima da barreira de US$ 10, a valorização acumulada em novembro atinge 7,55%. Em 2009, os ganhos são de 7,17%, e nos últimos 12 meses, o salto é de 21,73%.
O mercado especulava que os chineses teriam de voltar ao mercado após a desaceleração verificada a partir de agosto. A estimativa do governo do maior importador de soja do mundo para novembro era de que o baixo patamar de outubro seria mantido, mas os resultados das duas primeiras semanas do mês surpreenderam os traders, segundo a agência Bloomberg.
Pequim também sinalizou que interromperá as vendas dos estoques oficiais em dezembro, o que sugere aumento das importações e fortalece os fundamentos altistas pelo lado da oferta.
c) Pioram perspectivas para a soja em MT
Maior Estado produtor de soja do país, Mato Grosso se aproxima do fim do plantio da safra de verão 2009/10 com piores perspectivas para a rentabilidade de suas lavouras do que no início da semeadura, em 15 de setembro.
Na bolsa de Chicago, principal referência global para as cotações do grão, os contratos futuros de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) subiram 9,13% de lá para cá (ontem os papéis fecharam a US$ 10,52 por bushel, alta de 4,25 centavos), mas analistas preveem queda nos próximos meses por causa da expectativa de produção mundial recorde nesta safra 2009/10.
Já o dólar, outro alicerce vital para os produtores de soja, já que o Brasil é o segundo maior exportador da commodity do planeta, atrás apenas dos Estados Unidos, caiu 4,15% na comparação com o real desde meados de setembro. E, na atual conjuntura, especialistas não veem espaço para grandes valorizações até o primeiro trimestre do ano que vem. Negociada acima de R$ 1,70 ontem, a moeda poderá inclusive derreter, para os mais pessimistas, até o nível de R$ 1,60.
Se a curva de baixa de fato se aprofundar, significará que os produtores venderão a safra com o dólar mais fraco do que durante a aquisição de insumos como adubos e defensivos, referenciados na moeda americana. É um descasamento que costuma preocupar mais os sojicultores do que a comparação entre as cotações do dólar na mesma etapa dos trabalhos - seja na compra de insumos, seja na comercialização da produção.
Nesse contexto, observa Renato Sayeg, da Tetras Corretora, o horizonte de preços para a fase inicial da colheita mato-grossense não é nada promissor. Houve negócios em Cuiabá com a saca de de 60 quilos de soja cotada a R$ 43,50, mas para lotes a serem entregues na segunda quinzena de janeiro os sojicultores pediram R$ 33 e os compradores em potencial não aceitaram pagar mais de R$ 30.
Com as perspectivas de preços mais baixos em dólar e câmbio cada vez menos favorável às exportações, a comercialização antecipada da safra de Mato Grosso não deslancha, ainda que o ritmo esteja mais acelerado do que nesta mesma época do ano passado, quando as negociações da futura colheita do ciclo 2008/09 esbarraram na escassez de crédito no caixa de algumas tradings.
Conforme levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), outubro chegou ao fim com apenas 29,3% da produção prevista vendida. No mesmo mês de 2008, o percentual era de 26,8%. Já a colheita em si já cobriu 92,8% da área total prevista até 19 de novembro, ante 91,53% no mesmo dia do ano passado.
O Imea calcula que a área plantada de soja em Mato Grosso totalizará 5,946 milhões de hectares na safra de verão 2009/10, 4,3% mais que em 2008/09. O instituto estima uma queda de 1,6% na produtividade média das plantações e projeta colheita de 17,847 milhões de toneladas, aumento de 2,6%. É mais ou menos o que prevê a Conab, ligada ao Ministério da Agricultura, em seu levantamento mais recente.
Seneri Paludo, superintendente do Imea, já estima a rentabilidade média das lavouras mato-grossenses de soja em R$ 150 por hectare. Na safra 2008/09, ela foi quase três vezes superior.
d) Relegado no verão, milho terá safrinha de recordes
Depois de uma queda de 7% na área de milho na safra de verão 2009/10, os holofotes do mercado se viram para a safrinha. Cultura que a cada ano ganha mais importância para o abastecimento e para a renda do produtor, a safrinha, que será plantada a partir de janeiro em algumas regiões do país, pode ser recorde. Isso, mesmo num cenário em que a área fique estável, na casa dos 4,8 milhões de hectares registrados no período 2008/09.
Se a notícia é boa porque garante o abastecimento das indústrias nacionais, também preocupa os produtores: uma safrinha cheia - da ordem de 18,7 milhões de toneladas -, significa uma safra total perto de 52 milhões de toneladas e a necessidade de escoar cerca de 8 milhões para o exterior, segundo estimativas de analistas e da própria Conab. A tarefa pode ser mais difícil se o câmbio se mantiver valorizado como atualmente.
Por enquanto, a avaliação, entre analistas e governo, é de que a área de safrinha deve se manter, mas Leonardo Sologuren, da Céleres, por exemplo, acredita que pode haver avanço de 3% a 6% sobre a safrinha semeada em 2008/09. O produtor vai ficar olhando os preços até janeiro para decidir, diz o analista.
Paulo Molinari, da Safras&Mercados, observa que o produtor tem poucas alternativas ao milho safrinha depois que colher a soja plantada na safra de verão, a partir do fim de janeiro. O preço da soja deve ser ruim no primeiro semestre, por isso o produtor precisa do milho, afirma ele.
Além disso, custos mais baixos de produção e dificuldades na comercialização de trigo - cultura plantada também após a colheita de verão - são outros fatores que devem estimular o plantio da safrinha, acrescenta.
No Paraná, Flávio Turra, da Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar), afirma que é cedo para falar em percentuais, mas aponta que a área de safrinha deve se manter enquanto a do trigo recuará. Na safrinha passada, o plantio no Paraná foi de 1,5 milhão de hectares.
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) está fazendo um levantamento sobre a intenção de plantio na próxima safrinha, mas dados preliminares também indicam manutenção, segundo Seneri Paludo, superintendente do instituto. Na última safrinha no Estado, o plantio alcançou 1,7 milhão de hectares.
Para Paulo Molinari, a situação é complicada pois deve haver excedente de milho no mercado e se o câmbio se mantiver valorizado, a exportação fica prejudicada. Sologuren, porém, é mais otimista. Ele acredita que existe potencial para as exportações pois a expectativa é de que 2010 seja um ano de recuperação econômica após a crise, o que significa maior demanda no mercado externo. Afora isso, os estoques mundiais do grão são menores numa safra em que a soja roubou espaço do milho.
Molinari também não mostra otimismo em relação aos preços do milho e lembra que as cotações só não estão mais baixas porque existe um maior interesse por commodities com a desvalorização do dólar. Conforme levantamento da Bloomberg, do início do ano até ontem, o contrato futuro de milho com vencimento em março de 2010 registrou queda de 12,8% para US$ 4,08 por bushel, num mercado bastante volátil.
Ainda que haja perspectiva de demanda, o produtor deve precisar de algum tipo de incentivo para exportar, reconhece o analista da Céleres. Este ano as exportações de milho devem fechar na casa das 7 milhões de toneladas, e boa parte desse resultado foi possível porque mecanismos do governo, como os leilões de PEP (prêmio para escoamento da produção), ajudaram.
O governo já sinaliza que pode repetir a dose. De acordo com José Maria dos Anjos, diretor de abastecimento agropecuário da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, o governo tem priorizado políticas de equalização de preços, para garantir os preços mínimos em regiões como o Mato Grosso, onde há dificuldades de comercialização do milho.
Neste ano, os leilões de contratos de opções de milho para os produtores levaram 5,1 milhões de toneladas do cereal aos estoques do governo. Mas, agora, já começa a haver pressão por parte dos produtores preocupados com a falta de espaço nos armazéns para o recebimento da próxima safra de soja. O governo deve priorizar políticas de equalização com instrumentos como PEP, porque não há armazéns para comprar milho, disse o diretor. No PEP, o governo paga um subsídio para o comprador do produto escoá-lo e não tem que carregar estoques
Mercosul
a) Brasil deve revidar ação da Argentina, sugere Abrinq
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) defendeu a adoção de providências imediatas contra a nova ofensiva protecionista do governo da presidente Cristina Kirchner, que restringiu a entrada de brinquedos brasileiros no mercado argentino. Para o presidente da entidade, Synésio Batista da Costa, o governo Lula tem que dar o troco.
Os argentinos estão muito assanhadinhos e está na hora de dar um basta nisso, afirmou Costa. Por que só eles podem bater na gente? Acho que agora é hora de o Brasil proibir a entrada em território nacional de queijo, vinho, derivados de leite e carne argentinos.
O executivo reconhece que essa não é a maneira correta de agir no mundo dos negócios. Mas os argentinos estão forçando muito a barra, acho que para testar qual o tamanho da paciência do ministro Miguel Jorge (do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
Na segunda-feira, o governo argentino publicou no Diário Oficial portaria suspendendo duas disposições sobre requisitos de segurança em brinquedo. Elas simplificavam a validação da entrada de brinquedos brasileiros, já que aceitavam os certificados de segurança dos produtos provenientes do Brasil. Agora, os brinquedos brasileiros passarão por um novo crivo alfandegário.
Quando terminei de ler a portaria, estava com vontade de pegar em armas, contou o presidente da Abrinq, Ele estava a bordo de um avião, voltando para o Brasil depois de ter participado de reunião com empresários da câmara argentina da indústria de brinquedos no país vizinho. O problema não são os empresários, mas sim o governo argentino, disse.
Para ele, além de representar uma ofensa ao governo Lula, a decisão argentina provoca estragos econômico e no humor dos empresários brasileiros do setor. Veio numa hora muito ruim, quando nos preparávamos para as vendas do Natal.
A restrição aos produtos brasileiros abre espaço para a invasão de brinquedos chineses, que não estão sujeitos ao mesmo rigor. Se o governo brasileiro não fizer nada, vai entrar no Mercosul produto chinês contaminado, pela porta da Argentina
b) Efeito Ahmadinejad adia votação sobre Mercosul
O ingresso da Venezuela no Mercosul foi temporariamente congelado pela base aliada para não congestionar a agenda diplomática do governo com ações polêmicas. Prejudicado pelo efeito Ahmadinejad, o presidente Hugo Chávez terá de esperar pela decisão do Senado sobre o protocolo de adesão de seu país ao Mercosul. O Senado deveria ter votado ontem o ingresso da Venezuela no bloco. Oficialmente, a justificativa foi a falta de quorum.
O governo vai tentar marcar a data da votação na reunião de líderes agendada para esta tarde. É consenso entre os aliados do Planalto que, quanto mais tarde, melhor para diluir um pouco o efeito provocado pela vinda ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, cuja presença desencadeou manifestações contrárias pelo País.
Criticados pela comunidade internacional, Chávez e Ahmadinejad são acusados de conduzir ações antidemocráticas em seus países. Existe uma conexão perigosa entre essas duas figuras, diz o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Já basta a turbulência provocada pela vinda de Ahmadinejad.
É o terceiro adiamento da votação da resolução no plenário. O texto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em 29 de outubro. Na primeira semana, os governistas alegaram que não havia clima para o exame no plenário. Na outra semana, Chávez foi responsável pelo adiamento, ao surpreender os parlamentares com a declaração de que os líderes militares de seu país devem estar preparados para a guerra no continente.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), autor do parecer contrário à entrada da Venezuela no Mercosul - derrotado na CCJ -, vê um conjunto de coisas muito ruins para o governo. Para ele, Ahmadinejad é um pingo dágua, mas mostra a política externa desastrosa, oposta à tradição brasileira.
Para o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), a proposta será votada na hora em que houver quorum elevado. Ele lembra da declaração do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, opositor de Chávez, de que o isolamento não ajudará aquele país.
Mercadante alega que a Venezuela é o maior parceiro comercial do Brasil, com um superávit de US$ 4,6 bilhões ao ano e, sem o Mercosul, a tendência será o de desviar esse superávit para China e Rússia.
O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), dá como certo que o protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul será votado este ano, mas não diz quando. Não quero precipitar, quero fazer isso da forma mais delicada possível. Jucá reitera sua tese de que, gostando ou não de Chávez, não há como tirar a Venezuela da América do Sul.
c) Mercosul terá agora de definir lista de produtos sensíveis
É como Mercosul que Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai participam da negociação Sul-Sul ou Rodada São Paulo. Isso significa que a lista de concessões aos outros países terá de ser comum. A próxima fase será o bloco consultar o setor privado e definir os produtos que serão excluídos do corte tarifário de 20%.
Para certos negociadores, desta vez haverá menos dor de cabeça para um entendimento. É que o Mercosul já tem uma lista de base de produtos sensíveis envolvendo 15% do universo tarifário, que foi preparada para a Rodada Doha de flexibilização do comércio, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Agora, será mais fácil, porque a exceção chega ao dobro, a 30% do comércio.
Não haverá necessariamente mais problemas, poderá ser mesmo mais fácil, disse um negociador. Tudo depende do perfil do comércio com os países que estão no acordo Sul-Sul. Como a Coreia do Sul participa, o setor automotivo certamente será excluído, diante do temor generalizado com a concorrência dos carros coreanos. O setor de têxteis e vestuário também pode entrar, porque muitos países participantes são especialmente competitivos nessa área.
A alíquota média aplicada no Mercosul, de 11,5% segundo a OMC, cairá para 9,5% para importações procedentes de participantes como Índia, Malásia e Coréia do Sul. Por outro lado, o comércio com os participantes varia de peso. Para o Brasil, representa cerca de um quarto tanto das exportaçõescomo importações totais, enquanto para Argentina, Paraguai e Uruguai representa de 40% a 60%.
Se tivesse negociado sozinho, o Brasil precisaria reduzir as alíquota de 7 mil produtos (70% de seu universo tarifário). Mas não está claro quanto será o tamanho no caso da Tarifa Externa Comum (TEC). Certo mesmo é que cada vez mais nas negociações o Brasil tem sido empurrado a assumir um peso maior nas concessões, abrindo mais seu mercado, por causa da resistência argentina.O Paraguai e o Uruguai negociam mais com o Brasil do que com os outros parceiros, porque por cada acordo veem corroídas as preferências que têm no país.
A lista de produtos que sair do acordo que foi definido em Genebra poderá ajudar o Mercosul inclusive na negociação que fará mais tarde com a União Europeia ou afundá-lo um pouco mais.
Organização Mundial do Comércio (OMC)
a) Briga do frango com UE poderá chegar à OMC
Novas barreiras em gestação na União Europeia (UE) para a entrada de frango brasileiro no bloco comunitário entraram no radar do Itamaraty para uma contestação na Organização Mundial do Comércio (OMC), no que poderá se transformar em mais um contencioso na área agropecuária.
Nessa frente, o Brasil venceu batalhas anteriores na OMC contra a UE (açúcar) e contra os EUA (algodão).
A diplomacia recolhe as queixas do segmento, e o caminho para o problema da carne de frango, pelo menos no momento, tende a ser mesmo acionar o mecanismo de disputa da OMC. O problema é que os europeus não conseguem mais segurar a entrada dos vários tipos de cortes de frango brasileiro (fresco, congelado, processado) por meio do comércio administrado (cotas, altas tarifas etc.) e passaram a multiplicar os regulamentos para frear a entrada do produto.
Para o governo, o que a UE está fazendo impede a expansão das exportações. Em caso de unificação das diferentes alíquotas de importação para o frango, os brasileiros querem diminuir a tarifa média para US$ 320 por tonelada ou elevar o volume da cota de 640 mil para 806 mil toneladas, segundo fontes do segmento.
Em setembro, o Valor antecipou que a briga com os europeus estava por vir. Os exportadores já reclamavam, de um lado, do trabalho da UE para alterar seus padrões de comercialização de carne de aves para limitar, com elevação de tarifas, o uso de cortes preparados/processados na composição de outros produtos de frango. De outro, porque os europeus também tentam evitar que carnes congeladas sejam vendidas como não congeladas.
b) Cresce peso do Brasil na exportação agropecuária
O Brasil continuou a ampliar sua fatia no comércio agropecuário internacional na década encerrada em 2007, enquanto concorrentes como Estados Unidos, União Europeia, Austrália e Argentina perderam mercados, segundo levantamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre a participação de seus membros no comércio desse setor.
O estudo também mostra que novos países entraram recentemente na lista dos grandes exportadores, como Índia (açúcar e carne bovina), Ucrânia (grãos), Bielorússia (leite em pó desnatado), China (leite em pó integral) e Chile (frutas e legumes). E há exportadores tradicionais em novos nichos, caso do fortalecimento americano no mercado de manteigas.
De modo geral, as exportações agropecuárias globais triplicaram no intervalo de 20 anos até 2007, último ano com todos os dados disponíveis. Entre 1986 e 1990, a média anual atingiu US$ 195 bilhões; há dois anos, quando os preços das commodities estavam em vertiginosa ascensão puxados pela demanda de emergentes como China e Índia, foram US$ 573,5 bilhões.
O levantamento da OMC mostra a predominância do Brasil em diversos segmentos e ajuda a entender por que o país tem dificuldades em amarrar acordos comerciais. Mesmo em períodos de câmbio desfavorável às exportações como o atual, a competitividade brasileira é grande e, em determinados casos, trava potenciais parcerias.
As exportações brasileiras de carne bovina, por exemplo, deram um salto de 413,6% entre 1999 e 2007, e sua fatia no mercado internacional pulou de 6,8% para 28,4%, apesar de tarifas muitas vezes proibitivas como as que vigoram na Europa. A parte da Argentina passou de 5,4% para 6,8%, enquanto a Índia mais do que dobrou sua participação, que chegou a 7%. A fatia da Austrália caiu de 21,3% para 18,6%, e a dos EUA derreteu , de 18% para 8,8%.
O domínio do Brasil também se consolidou na exportação de frango, mercado no qual o quinhão do país quase triplicou - de 12,6% em 1999 para 35,5% em 2007. As exportações dos EUA ficaram estáveis (35%), enquanto a parte da UE caiu pela metade, para 7,7%. Na carne suína, o salto brasileiro foi enorme, de 3,3%, em 1999, para 14,9% em 2007. Nesta frente, a parcela dos EUA quase dobrou, para 23,5%, enquanto a da UE despencou de 40,8% para 18,8%. Já o Chile entrou no grupo dos principais exportadores, saindo de quase nada para 5,2% do total.
Tampouco há surpresa no mercado de açucar. A participação das exportações brasileiras no total global pulou de 31,2% para 42,1%. A Austrália registrou pequena perda, mas a UE degringolou sem subsídios e viu sua fatia cair de 12,7% para 3,3%. Já o percentual da Índia saltou de 0,1% para 5,6% em 2007, antes de sofrer com problemas climáticos e ter que voltar a ampliar as importações.
No mercado de oleaginosas, que inclui a soja, as exportacoes brasileiras representaram 27% do total mundial em 2007, ante 16% oito anos antes. A Argentina dobrou sua fatia para 13,7% e EUA e Canadá perderam espaço. Nos grãos, o Brasil saiu do zero para conquistar 6,1% das exportações mundiais em 2007, por causa do milho, enquanto a UE declinou de 12,5% para 4,8% no intervalo (1999-2007). A fatia dos EUA caiu de 56% para 45%. O destaque nesse mercado foi a Ucrânia, que passou de 1% a 10,7% das exportações. A Argentina também avançou.
No caso do trigo, onde o Brasil se destaca como um dos maiores importadores do planeta, EUA e Canadá perderam mercado e a parte da Argentina também caiu, de 10% para 6,3%. Já a Rússia registrou salto de 0,5% para 13,5% em sua participação nas exportações mundiais. No arroz, a India se consolidou como grande exportador, mas adversidades climáticas já comprometeram a força do país no segmento.
No comércio de leite desnatado em pó, Nova Zelândia e EUA aumentaram suas fatias nas exportacoes, enquanto UE e Austrália perderam terreno. A Bielorússia aparece como novo exportador, com sua fatia subindo de 1% para 5,3%. No leite integral em pó, o Brasil saiu de zero para 2,4% das exportacoes mundiais entre 1999 e 2007. A Nova Zelândia quase duplicou sua parte, para 39%, enquanto a UE viu a sua cair pela metade, para 20,8%. A Argentina também perdeu mercado, mas a China ganhou.
Os EUA entraram na lista dos principais exportadores de manteiga com 5,1% das exportações em 2007, ante 0,5% em 1999. A Argentina cresceu, e a Nova Zelândia controla quase a metade do comércio mundial. No mercado de queijos, a surpresa é o surgimento da Arabia Saudita como grande exportador. O país tinha 0,1% das exportações em 1999, e em 2007 a participação subiu para 7%, mais que EUA (5,4%) e Argentina (2,4%).
ínio segue com os EUA, com 14%. A parte da China quase dobrou, para 12,3%, e o Chile entrou no grupo, com sua parte passando de 3,4%, em 1999, para 6,7% há dois anos.
c) Brasil quer acordo entre mercados emergentes
Numa iniciativa do Itamaraty, os maiores mercados emergentes do mundo tentam fechar nos próximos dias um acordo comercial para a liberalização de tarifas, num sinal político para as economias ricas de que um entendimento comercial é possível.
Pela primeira vez, países que resistem à aberturas comerciais, como Argentina e Índia, afirmaram que estariam dispostos a aceitar o acordo, o que foi visto como um sinal positivo. Por outro lado, as autoridades de Teerã afirmaram ser contra a iniciativa brasileira. A oposição se dá no mesmo dia em que o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, em visita ao Brasil, tenta uma aproximação com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Como os iranianos, Argélia, Egito e outros governos também mostram resistências. O Itamaraty espera que essas resistências sejam superadas até o fim da semana e não descarta fechar um acordo com um grupo menor de países e depois abrir para adesão de novos membros.
Hoje, em Genebra, os negociadores se reunirão para começar a traçar o perfil final do tratado. O projeto do Brasil é ter um acordo assinado no mesmo momento em que a Organização Mundial do Comércio (OMC) realiza em Genebra a partir de segunda-feira sua conferência ministerial.
A entidade está em plena crise e sem rumo para as negociações da Rodada Doha, que deveria estabelecer as novas bases para o comércio mundial. A principal resistência vem exatamente do governo dos Estados Unidos que, depois de viver meses de recessão, não está disposto a anunciar uma liberalização de tarifas para produtos estrangeiros.
Um acordo entre países emergentes, portanto, seria um recado claro aos demais de que os governos dos países em desenvolvimento não vão ficar de braços cruzados esperando.
O acordo era a principal bandeira do Brasil em várias reuniões entre os países emergentes pelo mundo. A última tentativa real de fechar um entendimento ocorreu em Gana, com a presença de Lula em 2008.
A negociação foi lançada em 2004 em São Paulo, depois de três décadas de impasses e desentendimentos entre os países emergentes. Há cinco anos, os governos finalmente entraram num entendimento para iniciar o diálogo. Mas a cooperação entre os países do Sul não conseguiu passar do discurso diante das diferenças de interesses comerciais.
O projeto inicial do Brasil era a redução de 30% nos impostos de importação de 40 países. Agora, a ideia é a de construir um acordo mais modesto. Seriam no máximo 22 países e com um corte de tarifas de 20%.
Setenta por cento dos produtos importados por um país entrariam no acordo e cada governo teria a possibilidade de deixar 30% de seus setores protegidos.
Com isso, fechado nesta semana, a ideia é de que o acordo final, com todos os produtos especificados, seja concluído entre junho e setembro de 2010.
Mas nem todos concordaram. O Irã estima que já terá de fazer cortes substanciais em suas tarifas se um dia quiser entrar na OMC e, portanto, não quer repetir o corte para os países emergentes. A mesma lógica é seguida pela Argélia.
Um dos problemas é que o entendimento criaria maior concorrência por mercados entre os emergentes, o que muitos não estão dispostos a aceitar. Um estudo feito pela a ONU concluiu que as exportações asiáticas seriam as que mais ganhariam com o projeto, o que assusta países como o Egito.
A China, economia que mais cresce entre os emergentes, avisou há dois anos que não entraria no acordo. Não vamos fazer parte por enquanto da iniciativa, afirmou ao Estado o embaixador chinês em Genebra, Sun Zhenyu.
A ideia de um acordo de redução de tarifas, que ocorreria no marco da Conferência da ONU para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), não é nova. Nos anos 80, os governos haviam decidido negociar produto por produto, o que não funcionou. Agora, a aposta é de que a condição econômica e política dos emergentes é outra e permitirá o acordo.
d) EUA pedem ao Brasil concessões adicionais na Rodada Doha
Os Estados Unidos apresentaram ao Brasil uma lista de 3 mil alíquotas - 30% do universo tarifário brasileiro - a partir das quais espera concessões adicionais do país para voltar à mesa de negociações da combalida Rodada Doha, na Organização Mundial do Comércio (OMC). O Valor apurou que a lista foi apresentada na mais recente negociação bilateral, ocorrida há algumas semanas em Paris, e cobre setores onde Washington quer redução maior e mais acelerada de cortes tarifários, como papel e celulose, químicos e farmacêuticos, máquinas e equipamentos médicos. O setor automotivo não está incluído.
A ideia americana não é arrancar concessões adicionais em todas as 3 mil linhas tarifárias, mas sim entre elas, que cobrem em todo caso setores considerados sensíveis. No entanto, Washington sequer indicou quais produtos considera prioritários, dificultando uma eventual barganha. Mas é por essa lista que cedo ou tarde voltará a negociar.
Na prática, Washington continua aumentando as cobranças sobre o Brasil, China e Índia, sem realmente se engajar de volta na negociação, para tentar evitar o papel do grande vilão atual no sistema multilateral de comércio.
O fato, porem, é que os EUA chegam completamente isolados para a conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) de segunda a quarta-feira em Genebra. A maioria esmagadora dos países rejeita a posição americana de reabrir o pacote de Doha só de um lado, sem que Washington tenha de pagar pelas concessões que pede. Brasil, China e todos os outros dizem que já estão no limite do que podem fazer. E os próprios EUA estão nessa situação sem aumentar sua oferta na área agrícola. A grande maioria quer indicar que não aceita jogar fora oito anos de negociação porque um só país bloqueia a negociação.
Ocorre que esse único país é a maior economia do planeta e sua receita para eventualmente voltar à mesa de negociações é amarga. Peter Allgeier, que serviu como embaixador dos EUA na OMC de 2005 até metade deste ano, deu uma mostra disso na semana passada em uma apresentação em Washington. Ele concordou que o impasse atual em Doha é devido principalmente aos EUA, pela sua demanda de maior acesso a mercados agrícola e industrial de Brasil, China e Índia. A menos que esse impasse seja quebrado, disse Allgeier, não haverá conclusão da Rodada Doha.
Agora presidente de uma empresa afiliada do escritório de advocacia Crowell and Moring LLP, ele sugeriu que os EUA apresentem uma proposta em três pontos para reenergizar a negociação para a liberalização global de comércio. De seu lado, Brasil, China e Índia se comprometeriam a renunciar a usar qualquer exceção na negociação industrial, e, portanto, abririam mão do direito de fazer cortes menores nas tarifas de produtos de setores considerados sensíveis. Por sua vez, os EUA se comprometeriam a abandonar a metodologia de calcular margem de dumping, conhecida por zeroing - já condenada diversas vezes pelos juízes da OMC por inflar a sobretaxa que o exportador é obrigado a pagar.
Allgeier sugere que a União Europeia renuncie à sua proposta para que os membros da OMC ampliarem a proteção de indicações geográficas para vinhos, destilados e outros produtos, que é rejeitada com força por países como a Argentina. Para o ex-embaixador americano, são decisões políticas difíceis de serem tomadas, mas não são sacrifícios econômicos fatais.
A China, que também deveria ter bilateral com os americanos, informou que até agora isso não ocorreu. Para o embaixador chinês na OMC, Sun Zhenyu, pode-se esperar a manifestação de uma frustração certa com o impasse na Rodada Doha, ao longo da próxima semana em Genebra.
Plano Internacional
a) Brasil pode dominar todo o processo do urânio até 2014
O Brasil poderá ser autossuficiente em todo o processo de extração e enriquecimento de urânio em 2014, um ano antes de entrar em operação da usina de Angra 3. Para tanto, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Marinha pleiteiam com a União e parlamentares aumento no orçamento das pesquisas nucleares. Segundo Alfredo Tranjan Filho, presidente das INB, se houver recursos suficientes, o Brasil não apenas poderá se tornar autossuficiente no setor nuclear como, futuramente, respeitados os tratados internacionais, até exportar urânio enriquecido.
Hoje o Brasil exporta o urânio extraído da jazida de Caetité (BA) para o Canadá, onde ele é transformado em gás e parte para a Europa, onde é enriquecido e retorna para o país. Nos últimos dias, por exemplo, chegou um navio com urânio enriquecido no porto do Rio, de onde partiu para Resende. Lá ficam as instalações das INB.
O Brasil começou recentemente a enriquecer urânio, mas ainda em escala pequena. Para o projeto avançar, há emendas parlamentares de mais de R$ 100 milhões para investimentos no desenvolvimento da autonomia brasileira de processamento de combustível nuclear. Outros R$ 25 milhões podem ser destinados à Marinha, que domina a tecnologia e trabalha na construção de um submarino movido a energia nuclear. Ontem, foi criada em Brasília a frente parlamentar mista em defesa do Programa Nuclear Brasileiro (PBM), para defender mais recursos a essas pesquisas.
O governo tem projetos para construir dois complexos nucleares. O primeiro, para começar a gerar energia elétrica a partir de 2019, será alocado no Nordeste. O segundo, no Sudeste, começará a operar em 2023, segundo o Plano Nacional de Energia.
Para Leonam dos Santos Guimarães, executivo da Eletronuclear, é grande a expectativa de que se cresça a participação das nucleares no Plano Nacional de Energia até 2035, assim como de que se busquem novos parques geradores nucleares. Segundo Paulo Altaur Pereira Costa, secretário-adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, no médio prazo, a expansão das hidrelétricas ainda deve receber os investimentos mais intensos para geração. Mas, no longo prazo, temos de avaliar as várias fontes disponíveis e tenho certeza de que a energia nuclear vai ganhar importância, comenta.
Militantes do setor - que enfrenta forte oposição de ambientalistas -, defendem o fato de as nucleares serem menos poluentes e os investimentos em segurança serem suficientes para evitar acidentes de maior magnitude. Para ambientalistas, porém, o risco é alto.
Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a autossuficiência no urânio brasileiro é um desejo e sobre ele há grande expectativa. A perspectiva na exportação de urânio enriquecido é, principalmente econômica, já que o Brasil já exporta o minério em pó (conhecido como yellow cake). Tranjan, da INB, deixa claro, porém, que o tema tem de ser avaliado com cautela pelo governo e que só poderá ser exportado o excedente do consumo nacional, desde que avaliados os compradores e respeitadas as condições da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
b) Corte de tarifas entre emergentes pode ser de apenas 20%
Um compromisso para fixar em apenas 20% o corte das tarifas de importação no acordo de comércio entre emergentes, a chamada Sul-Sul, foi proposto ontem para evitar um racha e manter todos os 22 membros da negociação, que deverá ter um impulso ministerial na semana que vem, em Genebra.
Havia também a proposta de redução tarifária de 30% e o Mercosul chegara antes a defender baixa de 40%. A ambição reduzida acomoda interesses dos mais arredios nessa negociação que já dura cinco anos. O presidente da negociação, o embaixador da Argentina Alberto Dumont, diz esperar que em nova reunião, todos os participantes confirmem sua participação no plano de modalidades que deve ser anunciado na semana que vem em Genebra, à margem da conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Esta semana, alguns países reagiram à proposta de fechar modalidades, ou seja, definir como fazer a liberalização. Foi quando o Brasil e a Argentina deixaram claro que iriam à frente com outros asiáticos interessados em negociar. Com a proposta conciliadora, cresceu a expectativa de que todos permaneçam a bordo até 2010.
Sobretudo Egito e Sri Lanka, grandes exportadores de produtos têxteis, tinham se mostrado desconfortáveis por causa da falta de definição de questões sobre regras de origem, que determinam qual produto pode obter a preferência, ou seja, a redução tarifária, no mercado do parceiro. Outros pareciam se acomodar na nova situação, incluindo o Irã, que não é sequer membro do Sistema Geral de Preferências Comerciais (SGPC), mecanismo da Agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que prevê a troca de concessões tarifárias entre países em desenvolvimento.
A redução tarifária deve ser aplicada sobre 70% do comércio entre os participantes, que inclui mercados em forte expansão, como Mercosul, Índia, Coreia do Sul, Indonésia, Filipinas, Tailândia e Malásia, entre outros. Segundo estudo da Unctad, 90% do comércio entre os participantes do SGPC é de máquinas e produtos manufaturados e só 8% de produtos agrícolas.
O corte de alíquota de apenas 20% não significa que o acordo Sul-Sul fechará no ano que vem com os 22 participantes, provavelmente em setembro. Significa apenas que eles vão continuar negociando. No fim é que cada um decidirá se entra no pacote de liberalização, para cortar a tarifa realmente aplicada e não a consolidada, como na OMC.
Para se ter uma ideia da dificuldade, nessa negociação entre países que dizem querer impulsionar o comércio Sul-Sul, basta ver que o SGPC da Unctad tem 43 membros - e só metade negocia. A África do Sul não quis participar. A China foi estimulada a não entrar, pois os parceiros temem concorrer com seus produtos baratos.
Enquanto lutam para fechar um acordo Sul-Sul modesto e limitado a alguns, pelo mecanismos da Unctad, os países em em desenvolvimento se afrontam na OMC sobre um texto de declaração comum para a conferência ministerial da semana que vem. E a razão é basicamente uma: os Estados Unidos, que estão completamente isolados na Rodada Doha.
O afrontamento é sobre como apontar o dedo para o maior culpado pelo bloqueio da negociação global. A administração de Barack Obama se comprometeu a concluir a Rodada Doha em 2010. Mas na prática, Washington passou não a barganhar e sim a exigir mais do Brasil, China e Índia sobretudo na área industrial, de um lado, e de outro a diminuir suas próprias concessões em agricultura.
O chamado grupo informal de países em desenvolvimento, com cerca de 90 integrantes que representam grande parte da população mundial, começou a redigir uma declaração com base num documento pedido ao Brasil. Nesse documento fica entendida uma crítica à ausência dos americanos na mesa de negociações. A mensagem básica é de que os países em desenvolvimento não aceitam jogar fora oito anos de negociação da Rodada Doha.
Cuba, Venezuela e Equador passaram, porém, a liderar um movimento para os países em desenvolvimento baterem forte nos EUA e mostrarem que o país provoca ainda mais vulnerabilidade nas economias afetadas pela crise global.
c) PIB dos EUA é revisado para baixo
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu no terceiro trimestre em ritmo mais lento do que o anteriormente estimado, enfraquecido por fortes importações e baixos investimentos em estruturas não residencias, indicando uma lentidão na recuperação econômica.
A segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) apontou ontem alta a uma taxa anualizada de 2,8%, segundo o Departamento de Comércio, contra leitura preliminar de expansão de 3,5% O mercado previa expansão de 2,9%. Mesmo assim, é a taxa mais alta desde o terceiro trimestre de 2007.
A volta da expansão econômica ocorre após quatro trimestres seguidos de declínio - na pior recessão em 70 anos no país - e com a ajuda do mercado imobiliário. No segundo trimestre deste ano, a economia americana havia encolhido 0,7%.
O lucro das empresas cresceu, assim como a produção, apesar de ainda estarem cortando empregos.
Mas o crescimento das importações, que superou o das exportações, limitou a alta do PIB no período. Os desembarques de mercadorias nos portos americanos cresceram 20,8%, a maior taxa desde o segundo trimestre de 1985. O impacto negativo no PIB foi de 2,53 pontos porcentuais.
Outro impacto negativo no PIB, de 0,5 ponto, veio da construção de estruturas não residenciais, que diminuiu 15,1% no trimestre, destacando problemas no mercado imobiliário.
Isso mostra que a retomada foi um pouco menor do que a primeira impressão sugeriu e alguns fatores que desaceleram o crescimento continuam a existir, disse Julia Coronado, economista sênior do BNP Paribas, em Nova York.
A redução dos estoques das empresas ocorreu em ritmo levemente maior que o esperado. A queda foi de US$ 133,4 bilhões, ante US$ 130,8 bilhões estimados pelo governo em outubro. Esse fator contribuiu com 0,87 ponto para a alta do PIB.
A redução dos estoques sugere que as empresas estão mais próximas de começar a fazer novas encomendas. Isso leva a um PIB melhor no quarto trimestre, com estoques maiores, disse John Canally, economista da LPL Financial em Boston.
Excluindo os estoques, o PIB cresceu a uma taxa de 1,9%, em vez de 2,5%. As vendas finais cresceram 0,7%.
O relatório do PIB também mostrou que os lucros corporativos antes dos impostos cresceram 13,4% no terceiro trimestre, o maior crescimento desde o primeiro trimestre de 2004. O crescimento do lucro refletiu os profundos cortes de custo das empresas, sobretudo de empregos, para lidar com a pouca demanda.
Os gastos do consumidor americano não foram tão robustos quanto o governo esperava, mostrou também o relatório do Departamento de Comércio. Esse gastos, que, normalmente, correspondem a dois terços da atividade econômica, cresceram 2,9%, em vez dos 3,4% previstos pelo governo. Ainda assim, foi o maior aumento desde o primeiro trimestre de 2007. O gasto caiu 0,9% no segundo trimestre.
A construção de moradias cresceu 19,5% no terceiro trimestre, abaixo das estimativas, de 23,4%. Além disso, a construção de moradias contribuiu para o PIB pela primeira vez desde 2005.