13 a 17 de novembro de 2006

Comércio Exterior

Resultados
Recursos mais baratos para exportar
Recorde na presença de importados
Produção para exportação estabiliza

Agronegócio

R$ 12 milhões para a agricultura mineira
Retomada na exportação de frangos
Japoneses incentivam biocombustíveis
Recuperação de frango e bovinos

OMC

Rússia aguarda aval americano

Plano Internacional

Vale do Rio Doce denuncia o Brasil




Comércio Exterior

a) Resultados

A segunda semana de novembro fechou a balança comercial com superávit de US$ 774 milhões, reflexo de US$ 2,347 bilhões em importações – recorde histórico – e exportações que renderam US$ 3,121 bilhões a uma média diária de vendas de US$ 624,2 milhões. Considerando as duas primeiras semanas do mês, as exportações atingem US$ 4,536 bilhões e as importações totalizam US$ 3,272 bilhões, um saldo positivo soma US$ 1,264 bilhão.

O superávit entre janeiro e 12 de novembro somou US$ 39,155 bilhões, resultado de US$ 117,909 bilhões em exportações e US$ 78,754 bilhões em importações. A média do período é de US$ 545,9 vendidos diariamente, enquanto que as compras mantém média diária de S$ 364,6 milhões.

b) Recursos mais baratos para exportar 

Com um cenário internacional onde os grandes países exportadores atingiram alto grau de capitalização, seus bancos aproveitam para aumentar o financiamento às importações. Esta forma de investimento tem sido adotada por vários grandes bancos estrangeiros que precisam se livrar de seus excessos de dinheiro, além de outras maneiras de participação como a que ocorre na América Latina em sindicatos de empréstimos.

c) Recorde na presença de importados

Segundo estudo da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), em 2005, 11,5% do consumo da população brasileira correspondia a produtos importados, em 1998, ano da paridade entre real e dólar, este número era 11,7%. Considerando que o primeiro semestre de 2006 registrou um avanço de 21,9% nas importações brasileiras e isso se traduziu em um consumo de importados de 11,1%, o dado deve superar o registro de 1998.

Enquanto isso, a exportação de bens industriais tende a se manter estável, algo inédito em 10 anos.

d) Produção para exportação estabiliza

A exportação de bens industriais manteve-se estável considerando o primeiro semestre de 2006 e o mesmo período do ano passado: no primeiro caso 15% da produção foi vendida ao exterior e no segundo este dado apenas 0,1% inferior (14,9%). É a primeira estabilização desde 1996, quando 8,1% da produção industrial era embarcada para o exterior, e representa uma queda de quase 2% ante o máximo alcançado em 2005 (16,8%).

Entre os 30 setores analisados pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), 16 registraram aumento da parcela exportada de sua produção no primeiro semestre d 2006; 14 reduziram seus percentuais de embarque.

Agronegócio

a) R$ 12 milhões para a agricultura mineira

Em levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais estão previstos projetos de investimentos em torno de R$ 12 bilhões até 2010 – montante próximo ao próprio PIB mineiro de R$ 14 bilhões. O setor sucroalcooleiro é um dos principais beneficiários e já tem financiamentos anunciados de US$ 6,8 bilhões para a construção de 36 usinas – muitas no Triangulo Mineiro. Na semana anterior, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou investimentos de R$ 20,5 bilhões para este setor até 2010.

Minas Gerais é atualmente o terceiro maior produtor no setor – perde para São Paulo e Paraná – e deve alcançar as 34 milhões de toneladas de cana na safra 2006/07 (previsões otimistas apontam 80 milhões de toneladas até 2017).

b) Retomada na exportação de frangos

O seguimento das industrias que processam carne de frango reforçaram seu otimismo após mais um mês de recuperação das exportações do produto. Dados da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frangos (Abef), outubro registrou embarques totais de 255,9 mil toneladas, desempenho 22,1% maior que o alcançado no mês anterior e responsável por uma receita de US$ 310,5 milhões – alta de 23% na mesma comparação.

Os 2,2 milhões de toneladas que renderam US$ 2,6 bilhões entre janeiro e outubro ainda estão 8,5% e 10,2%, respectivamente, abaixo dos resultados de 2005. Entretanto, as estimativas de queda no rendimento anual exportado foram revisadas e passaram de 14,1% a 12,1%.

c) Japoneses incentivam biocombustíveis

A japonesa Itochu Corportation confirmou a parceria fechada com a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) e com a Companhia de Promoção Agrícola (Campo) para a realização de estudos para a implantação de projetos voltados para a produção de biocombustíveis até 2008 no Brasil. A atuação japonesa seguirá o exemplo do Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer), grande agente da expansão da soja pelo Centro-Oeste para tentar aumentar a oferta de biocombustíveis e torna-los novas commodities energéticas.

A estratégia é estruturar cooperativas agropecuárias e construir usinas no Nordeste e em Minas Gerais visando garantir a oferta para o mercado japonês que a partir de 2010 deve comprar 30 bilhões de litros de etanol por ano.

d) Recuperação de frango e bovinos

Após a retração da demanda como reflexo de casos de febre aftosa e gripe aviária, o setor brasileiro produtor de carnes está otimista quanto à recuperação dos resultados em 2007. As previsões são de retomadas nas vendas, ainda que os frigoríficos atuem com margens menores devido á resistência do consumidor a um eventual aumento nos preços. No mercado internacional, analistas apontam o crescimento da demanda por proteínas e a alta nos preços de grãos – utilizados nas rações – como dois fatores para o aumento das exportações.

Considerando o período de janeiro a outubro, as exportações de carne bovina renderam US$ 3,2 bilhões - resultado 22,9% superior ao mesmo dado de 2005 – e a previsão para 2006 é de US$ 3,9 bilhões – margem baixa comparada aos US$ 3,1 bilhões alcançados no ano passado. Quanto ao setor de frangos, os mesmo 10 primeiros meses deste ano registraram embarques com rendimento de US$ 2,6 bilhões, um recuo de 10,2% sobre o mesmo intervalo de 2005. Esta queda deve chegar a 12,1% até o final do ano.

OMC

a) Rússia aguarda aval americano

Em pronunciamento da representante comercial americana Susan Schwab, Washington divulgou um acordo preliminar com a Rússia para a entrada de Moscou na Organização Mundial do Comércio (OMC) que deve ser finalizado durante a cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), em Hanói. O ingresso russo na OMC está em negociação desde 1994 e exige a definição de acordos bilaterais de abertura comercial com todos os membros da entidade e posteriormente multilaterais.

O documento para a oficialização da entrada da Rússia na OMC precisa ser ratificado pelo Congresso americano, onde Schwab mantém contatos estreitos para garantir a aprovação.

Plano Internacional

a) Vale do Rio Doce denuncia o Brasil

A mineradora brasileira Vale do Rio Doce, em uma ação inédita, foi a primeira empresa nacional a denunciar o Brasil para a Comissão de Direitos Humanos da Organização do Estados Americanos (OEA). A empresa acusa o Estado brasileiro ser negligente em suas políticas públicas de proteção aos índios e exige medidas cautelares para evitar novas invasões de povos às suas instalações.

O pedido deverá ser encaminhado pela Comissão ao governo brasileiro e aguardar resposta dentro d um período de 60 dias, do contrário a causa segue à Corte Interamericana de Direitos Humanos. Persistindo a denuncia, a questão será encaminhada à Assembléia Geral da OEA que pode votar por sansões financeiras e restrições de créditos fornecidos pelo BID.

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