Negociações bilaterais entre Brasil e China nos âmbitos de comércio e de investimentos estrangeiros foram destaque da mídia nesta semana, com a visita da delegação chinesa ao Brasil a partir da última quinta-feira (dia 11). Um dos principais objetivos dos chineses é o reconhecimento, pelo governo brasileiro, do estatuto de plena economia de mercado da China, que dará ao país tratamento mais favorável em questões conduzidas na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os representantes brasileiros devem pleitear, em troca, ampliação do acesso ao mercado chinês, sobretudo nos setores de soja, carnes e frutas, além de maior transparência na imposição de barreiras fitossanitárias às importações de produtos agropecuários.
Os chineses estudam a realização de investimentos maciços no Brasil, principalmente nos setores agropecuário e de infra-estrutura. Permanece uma incógnita, porém, quanto dos US$ 13,5 bilhões planejados será efetivamente investido no país.
Apesar do frenesi em torno das negociações sino-brasileiras, as perspectivas após o primeiro dia de reuniões não são das melhores. A insistência dos chineses no reconhecimento do estatuto de plena economia de mercado irritou negociadores brasileiros, que ainda não definiram posição sobre o assunto. Por outro lado, o pleito do Brasil para acesso a mercados mais sofisticados na China não pareceu avançar.
ALCA
Continuam paralisadas as negociações brasileiras no âmbito da ALCA. Os EUA dizem esperar que o Brasil marque a data da próxima reunião.
Mercosul
Quanto ao Mercosul, representantes da indústria brasileira chegaram a sugerir um retrocesso nas ambições do pacto, de modo que ele se restrinja a uma área de livre comércio ao invés de uma união aduaneira, formato ratificado há dez anos no Protocolo de Outro Preto. Argumenta-se que a atual forma do Mercosul trava negociações tarifárias bilaterais do Brasil com potenciais mercados estrangeiros.