6 a 10 de junho de 2005

OMC

a) México - EUA

O grupo especial de investigação da Organização Mundial do Comércio (OMC) recomendou ao Órgão de Solução de Controvérsias que solicite ao México alterações nas regras de importação de arroz proveniente dos Estados Unidos. Em 2003, os EUA denunciaram o país vizinho por sobretaxar as suas vendas de arroz, sob alegações de dumping. De acordo com relatório da OMC, o México deixou de enviar documentos comprovando prejuízos em sua cadeia, enquanto os EUA demonstraram perdas com a queda nas exportações.

b) Brasil e outros 5 países ameaçam retaliação comercial contra EUA

O Brasil e outros cinco países enviaram carta ao governo dos Estados Unidos ameaçando exercitar seus direitos e retaliar produtos americanos a partir do mês que vem, já que Washington não aboliu a polêmica emenda Byrd, como determinado pela Organização Mundial do Comércio. Tal emenda, condenada pela OMC, autoriza o governo americano a distribuir o que for arrecadado em sobretaxas antidumping às empresas americanas que solicitaram a investigação contra o produto estrangeiro acusado de concorrência desleal. Trata-se, dessa forma, de estimulo para companhias americanas requererem novas investigações, na expectativa de manter barreiras contra concorrentes externos, e ainda lucrar com isso.

c) Caso do algodão

Cansados com os subsídios americanos aos produtores de algodão, legisladores brasileiros consideraram suspender, no Brasil, direitos de propriedade intelectual de produtos americanos, caso os EUA não expliquem como pretendem modificar os programas de subsidio ao algodão até 1º de julho. O prazo foi estabelecido no começo do ano pela OMC, que considerou distorcivos tais apoios internos.

Comércio Exterior

Beneficiadas pelo desaquecimento do mercado consumidor interno e pela alta de preços internacionais, as exportações alcançaram, nos primeiros três dias de junho, o melhor desempenho do ano com média diária de US$ 502,7 milhões. Apesar da persistente baixa do dólar em relação ao real, as importações caíram abaixo do patamar de US$ 290 milhões diários, no qual permaneceram por três semanas em maio, e ficaram em US$ 280 milhões, em média, nos três primeiros dias úteis do mês, apenas 6,3% acima da média de junho do ano passado. Entrementes, as empresas brasileiras estão substituindo insumos nacionais por importados devido ao câmbio barato e do crescimento da economia. Em 2004, a indústria de transformação do país adquiriu o recorde de 7,9% do valor da produção no exterior, 0,9 ponto porcentual acima dos 7% de 2003, e mais que o dobro dos 2,7% registrados em 1990, antes do início da abertura comercial, revela levantamento da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).

China

Considerando as pressões que a China vem sofrendo sobre suas exportações de têxteis, o país apresentou uma posição protecionista, solicitando válvulas de escape e concessão para futuros subsídios (a exemplo da posição dos países industrializados protecionistas). Algumas declarações salientam que a posição da China em negociações bilaterais ou G20 não será flexibilizada antes que se resolva a situação de seus têxteis. Enquanto previsões indicam que a produção de soja chinesa encolherá em 4%, chegando ao total de 17,3 milhões de toneladas neste ano e abrindo a possibilidade de aumento de volume nas exportações brasileiras, dados revelam que as importações de calçados chineses para União Européia cresceram quase 700%, com diminuição da média do preço em 28%.

Assim abre-se uma série de discussões entre China, UE e EUA sobre a questão dos têxteis, tanto pelo lado dos chineses que exigem liberdade de comércio internacional para países em desenvolvimento, quanto pela UE e EUA que mantém uma postura de defesa de interesses regionais. De fato, o saldo da balança comercial da China foi da ordem de US$ 8,99 bilhões no mês de maio, graças ao aumento significativo de suas exportações, que cresceram duas vezes mais que suas importações. O Governo Chinês, percebendo alguns efeitos danosos sobre sua presença no mercado internacional, aumentou suas taxas de exportação para 74 categorias de produtos têxteis desde 1º de Junho. Porém, acreditando que o impacto China possui proporções muito maiores, o governo estadunidense engrossa sua pressão, reafirmando a situação cambial negativa promovida pelo país asiático. Segundo Alan Greenspan (Fed), é necessário à flutuação do yuan em relação a outras divisas.

Brasil – Israel

Memorando de entendimento firmado entre a Fiesp e a Associação Manufatureira de Israel, cujo principal objetivo é ampliar o intercâmbio bilateral, contribuirá para estabelecimento de Acordo de Livre Comércio entre aquele país e o Mercosul. Em 2004, negócios entre Brasil e Israel movimentaram US$ 700 milhões. O Brasil era único membro do bloco que ainda não havia se posicionado positivamente a respeito.
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